Do médico Armenio Aguiar dos Santos, professor do Departamento de Fisiologia & Farmacologia da Faculdade de Medicina da UFC [Universidade Federal Ceará], recebi o seguinte e-mail:
«Plínio, bom dia!
Simpático à sua vigilância cívica sobre Fortaleza, tomo a liberdade de alertar para tema ainda desconhecido do público: a localização da sede estadual da Fiocruz nas cercanias da lagoa da Precabura.
Minha perplexidade decorre de dois fatos. Primeiro, tal localização contraria a prática adotada pela Fiocruz noutros estados, se situando em campus universitário, parceiros naturais da Fiocruz. Tal ocorre, por exemplo, em Pernambuco onde o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães se localiza dentro do campus da UFPe.
Mas aqui no Ceará isto teria sido descartado sob a desculpa de evitar ciumeiras mútuas entre pesquisadores da UFC e da Uece [Universidade Estadual do Ceará].
Se fosse só a questão paroquial de dificultar o intercâmbio com os pesquisadores das instituições situadas na zona leste da cidade, mas há uma segunda questão, o sítio da Lagoa da Precabura é inadequado para abrigar, ao que se comenta, inclusive uma fábrica de medicamentos…
Aceite um abraço do,
Armenio»
À primeira vista, pode parecer estranho e inacreditável. Mas diante de tudo que já vi por aqui, não é impossível. As instituições não procuram agregar forças para produzirem mais e melhor. Ao contrário, uma faz e a outra desfaz… Assim é também na contrução da cidade. Os órgãos públicos não trabalham em sintonia, o que seria mais econômico e frutífero para os cidadãos. É a história dos caranguejos fujões que se repete: quando um consegue chegar quase ao topo da calçada, vem o outro e o puxa de volta pela pata. Assim, nunca chegarão ao seu destino…
Infelizmente!
Prezado Prof. Armênio, excelente a sua intervenção e o seu ponto de vista, e excelente a pronta disposição do jornalista
Plínio Bortolotti, em divulgar esse ponto de vista. Assim, quem sabe ainda haveria
possibilidades de não termos a FioCruz instalada às margens da Lagoa da Precabura,
local sem dúvida completamente inadequado para tal tipo de equipamento – nem rede de esgotos tem! -, inclusive, e não menos importante, no que diz respeito à potencialização de esforços científicos.
Infelizmente a Direção da Fiocruz “entrou de cabeça” no “achismo”da política local, e na falta de percepção técnica da Agencia de Desenvolvimento do Ceará que prima por sugerir localização de empreendimentos captados pelo Estado sem o menor critério localizacional quer do ponto de vista urbanístico ou mesmo logístico, em vez de indicar um correto posicionamento junto a qualquer um dos campi universitário da cidade, uqe inclusive tem reserva de áreas para a Fiocruz, quer no PICI/ UFC como no Itaperi/ UECE.