Já ouvi de algumas pessoas ligadas à Prefeitura que as questões que levanto neste blogue, na seção “Fortaleza, terra de ninguém”são aquelas que afetam a “classe média”. Tirante o fato de que, mesmo se fosse assim, a Prefeitura teria de olhar para esses problemas, respondo que a maioria dos posts na seção refere-se ao caos urbano que impera em Fortaleza. Isso afeta a todos, principalmente os mais pobres.

Estacionamento de carros sobre calçadas, em fila dupla, etc., por exemplo, é motivo de frequentes postagens. Além da falta de fiscalização, a Prefeitura contribui com a desordem criando “zona azul” nos lugares mais inusitados, onde o estacionamento deveria ser simplesmente proibido.

A quem isso afeta? Aos donos de carro [a “classe média”] ou a quem anda a pé?

Vou dar um exemplo. Experimente andar pelas ruas da Aldeota, Praia de Iracema e Dionísio Torres, bem de manhãzinha. Vocês verão a turma da “classe média” malhando nas academias, com seus carros estacionados sobre as calçadas ou em fila dupla. Os folgados não podem parar um pouquinho mais à frente e caminhar um tantinho. Por isso param em frente à academia, de qualquer jeito, fica aquele amontoado de carros sobre a calças e alguns no meio fio. Já fiz dois ou três posts mostrando isso.

E lá vêm os trabalhadores [as] caminhando para pegar o seu ônibus ou descendo dele, talvez para labutar na cada de um dos que estão na malhação. E o que eles precisam fazer?: descem das calçadas [que já são por si só intransitáveis] e vão disputar espaço com os carros na rua.

No entanto, se se quer alguma coisa que atinge mais diretamente o trabalhador, aqui vai: na edição deste domingo do O POVO [13/12/2009] o jornal mostra como a população foi mal informada sobre a mudança do itinerário de linhas de ônibus no Centro da cidade.

Veja os parágrafos iniciais da matéria:

 «A mudança no itinerário de dez linhas de ônibus que circulam pelo Centro pegou os passageiros de surpresa, neste sábado. “Era pra ter avisado antes. É uma falta de respeito com a gente; um absurdo”, reclama a dona-de-casa Rosineide de Sousa, 46, que estava em uma das paradas de ônibus da avenida Duque de Caxias esperando a linha Praia do Futuro/Caça e Pesca. “Disseram que o ônibus está passando agora na (rua) Castro e Silva. É longe daqui. Vou ter que andar muito”, diz.

Na parada, havia uma auxiliar de trânsito do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus) informando sobre as mudanças. “Deviam ter avisado antes; podiam ter anunciado nos programas de TV de maior audiência, dentro dos ônibus, nas paradas”,comenta a também dona-de-casa, Lúcia Miranda.»

Cometi imprecisão

Alertado pela leitora Theresa [veja comentário abaixo] reli a matéria indicada acima.

De fato, houve aviso sobre a mudança no itinerário das linhas de ônibus, mas insuficiente, como reconhece o presidente da  Etufor [Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza], Ademar Gondim. Segundo ele, como anota a matéria,  foram postos cartazes no ônibus e distribuídos folhetos explicativos sobre a mudança nos trajetos: “Mesmo com esses avisos, algumas pessoas não tomaram conhecimento e é natural que elas reclamem. E com razão. É nossa obrigação informar”, disse o presidente da Etufor.

Portanto, também mudei o título anterior “Itinerário de linhas de ônibus muda sem prévio aviso à população” para “População é mal informada sobre mudança de itinerário de linhas de ônibus”. Também mudei este trecho do texto: “que mudou-se o itinerário de dez linhas de ônibus do Centro da cidade sem aviso prévio” para “como a população foi mal informada sobre a mudança do itinerário de linhas de ônibus no Centro da Cidade” [às 21h52min de 13/12/2009].

No mais, mantenho as opiniões emitidas no texto.