Alguns conflitos, inclusive ameças de morte, ocorreram em Icó desde o tombamento de uma ampla área da cidade pelo Insituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A situação ficou mais tensa desde a semana passada quando Altino Afonso Medeiros, técnico da Prefeitura e colaborados do Iphan, foi perseguido por um homem que o ameaçou de morte.

Há dois tipos de tombamento, o sítio histórico (com cerca de 260 prédios) e o entorno, uma área de mais de 40 hacteres. Os moradores e comerciantes, principalmente do entorno, queixam-se que as regras do tombamento são muito rígidas, restringindo qualquer mudanças nos prédios e dificultando o desenvolvimento do comércio.

O superintendente do Iphan no Ceará, Clodoveu Arruda, diz que a agressão sofrida por Altino Afonso é “grave, mas residual”, pois a violência não seria a marca principal do relaciomento com os moradores da cidade com os órgãos de preservação do patrimônio.

A maioria dos moradores e comerciantes com quem conversei – incluindo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Icó, Gecione Pereira Martins – defende a preservação. Alguns acham que devia haver mais flexibilização na área de entorno. Vários deles queixam-se da falta de ação da Prefeitura para tornar mais conhecido o sítio histórico. Nem mesmo uma equipe de guias existe para mostrar a cidade aos visitantes. Igreja e prédios públicos costumam ficar fechados à visitação.

Estivemos em Icó, eu e o repórter Deivyson Teixeira – devidamente conduzidos pelo motorista Valdir Gomes.

As matérias:
Ameaças após tombamento de Icó
Moradores pedem normas mais flexíveis
Exemplo de preservação