A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) faz seu sexto congresso no mês de julho, em São Paulo.

Reproduzo abaixo entrevista que uma das palestrantes, Eliane Brum, das mais conhecidas jornalistas do país, deu ao portal da Abraji.

É um texto longo, mas vale a leitura, principalmente para os jornalistas que se filiam à corrente dos “contadores de história” ou do chamado “jornalismo literário”.

A segunda parte da entrevista tem justamente o título de: “Eliane Brum revela como prende a atenção do leitor com textos longos até na internet”.

6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo
Quando: 30 de junho a 2 de julho de 2011
Onde: São Paulo – Universidade Anhembi Morumbi – campus Vila Olímpia – unidade 7 (Rua Casa do Ator, 275)
Inscrições: http://bit.ly/6congresso

Do portal da Abraji

História recente do país contada através da trajetória de uma família será tema de palestra de Eliane Brum

Conhecida por suas reportagens especiais, Eliane Brum estará no 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo para esmiuçar uma delas: no painel “Uma Família no Governo Lula” , ela falará sobre a experiência de contar a história da família Costa Pereira após acompanhá-la por oito anos. “Espero que seja um bom encontro, um em que todos nós possamos sair um pouquinho transformados (e transtornados) pela experiência”, afirma a jornalista.

A reportagem que dá nome ao painel aconteceu quase que por acaso. A família Costa Pereira foi encontrada como personagem para o texto de 2002 publicado na revista Época “O Homem-Estatística”, em que o pai, Hustene Alves Pereira, humanizava os números de desemprego daquele ano. Desde então, Eliane passou a receber relatos por e-mail dos Costa Pereira, nos quais pôde acompanhar a trajetória da família no decorrer dos anos. No ano passado, quando foi convidada a palestrar sobre o governo Lula no festival anual da revista italiana Internazionale, juntou todos os dados que tinha sobre a família e percebeu que tinha um retrato da realidade da nova classe média. Após palestras em Ferrara e Madrid , surgiu a reportagem “Uma Família no Governo Lula”.

Em sua vida profissional, Eliane Brum, trabalhou durante 11 anos como repórter do jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre, e outros dez como repórter especial da revista Época, em São Paulo. Desde 2010 trabalha como freelancer e garante que apesar de agora ganhar um quinto do antigo salário, sente-se feliz com sua escolha e a liberdade que ela proporciona.

Leia a entrevista (ao fim da entrevista, indicação para o original na página da Abraji, no qual a links para outros textos, incluindo para a reportagem “Uma família no governo Lula”).

Abraji: Como foi o processo de realização da reportagem desde sua sugestão até sua publicação? Qual foi a fase mais difícil?

Eliane Brum: Esta reportagem começou na virada de 2001 para 2002. Eu era repórter especial da Época e estava em busca de um brasileiro da Grande São Paulo que desse carne às estatísticas de um momento difícil para o Brasil. Neste período, o país sofria com o desemprego, especialmente nas grandes cidades, onde filas de centenas de pessoas se formavam para uma vaga muito abaixo da qualificação dos candidatos. Eu buscava um chefe de família que, como tantos naquele contexto, tivesse perdido o emprego há tempo suficiente para compreender que seria muito difícil conseguir outro: um homem no instante da percepção da queda. Depois de tentar vários caminhos, encontrei Hustene Alves Pereira, na periferia de Osasco. Ele estava no quarto mês de desemprego e sentia-se esmagado pelo discurso da exclusão. Naquele momento, “excluídos” era uma palavra muito em voga, muito mais do que hoje, na minha percepção. Ele descobriu-se, de repente, “excluído” do projeto do país.

Acompanhei sua rotina – e a de sua família – por vários dias. A reportagem, com o título de “O Homem-Estatística”, foi publicada na Época em fevereiro de 2002, no último ano do governo FHC e também no ano em que Lula, depois de três tentativas, finalmente venceria a quarta eleição. Esta foi a primeira reportagem. E naquele momento eu não tinha a menor ideia de que haveria uma outra, nove anos depois.

Abraji: Qual era sua relação com a família? Como se desenvolveu a apuração?
Eliane Brum: Há uma pergunta recorrente que estudantes de jornalismo costumam me fazer quando dou palestras em universidades: “Você se envolve com as fontes?”. Minha resposta é sempre a mesma: “É claro que sim!”. Se não me envolvesse, para que viveria? Deixando sempre bem claro que este envolvimento inclui um profundo respeito pela história que conto e que pertence ao outro – e isto significa escutar sem julgar e interferir o mínimo possível.

Hustene e eu criamos um vínculo. E um que hoje, quando olho para trás, penso que era muito mais claro para ele do que para mim. Eu era a contadora de sua história. E foi assim que Hustene continuou me contando fatos e sentimentos mesmo depois da reportagem publicada. Segui acompanhando os principais acontecimentos da vida da família, às vezes mais de perto, em outras mais de longe. As contas de luz e água cortadas, os empregos e desempregos dos filhos, os Natais tristes, a volta da carteira assinada depois de Hustene amargar três anos e sete meses sem trabalho, a felicidade de ser o “Porteiro Pereira”, a doença de Hustene, o péssimo atendimento do SUS, a decepção com a educação pública e, finalmente, a vida melhorando e as portas do consumo se abrindo. Perpassando tudo isso, a profunda identificação com Lula, primeiro como decepção, depois com orgulho. E uma visão de mundo muito particular.

Hustene e sua família me colocaram no lugar de “escutadeira” de sua vida e seguiram fazendo a narrativa do cotidiano. E eu segui escutando com atenção e cuidado. Primeiro por telefone, depois por e-mail. Hustene escreve muito – sobre fatos, sobre sentimentos, sobre sua percepção do país. Tenho uma coleção de e-mails de uma riqueza extraordinária sobre sua visão do governo Lula e do Brasil – e de sua família no governo Lula e no Brasil. Hustene organiza a sua vida escrevendo diários a Nossa Senhora e, antes, também escrevia a Che Guevara. A mim dá o privilégio de escrever sobre a trajetória de sua família e sobre sua própria escritura.

Abraji: Como foi a experiência de poder contar com um tempo tão longo de apuração?
Eliane Brum: Não contei com “um tempo tão longo de apuração”. Esta foi uma experiência minha. Não uma decisão da Época, onde trabalhei até março de 2010 como repórter especial e atualmente sou colunista do site, às segundas-feiras. Até porque pelo menos até 2009 nem mesmo eu tinha consciência de que um dia faria algo com o material que ia colecionando. Eu mantinha a relação porque criamos um vínculo cujo esteio principal era o de que eu continuava escutando a história da família – e a família, e especialmente Hustene, continuava me contando seu cotidiano.

Foi uma experiência inédita para mim também. Eu acredito profundamente no poder da narrativa. E seguir escutando a história da Família Costa Pereira era irresistível para mim como escutadeira/contadora de histórias reais. Eu não precisava ser pautada para isso. Eu pauto a minha vida. E as minhas escolhas.
No início de 2010 fui convidada para falar sobre o governo Lula no festival anual da Internazionale, uma das mais prestigiosas revistas italianas. Era a primeira vez na história do festival em que havia uma mesa sobre o Brasil – e sobre Lula. Bem, eu sou repórter, não analista política. Só sei contar histórias.

Naquele momento, percebi que eu tinha uma grande história para contar sobre o Brasil de Lula – uma com todas as contradições que a realidade sempre contém. Eu tinha acompanhado uma família do último ano de FHC até aquele momento. E não como alguns chegaram a fazer, voltando oito anos depois. Não, eu estive sempre lá, de alguma maneira. Eu tinha testemunhado uma das grandes mudanças da história recente do país – a nova classe média – por uma família, praticamente semana a semana, mês a mês.
Então comecei a organizar o material que tinha colecionado por amor à História (eu aprendi com o meu pai o valor dos relatos de vida e guardo tudo o que escuto e registro, por isso estou com um grande problema de espaço em casa… precisaria de pelo menos dois apartamentos). E comecei a fazer longas entrevistas com todos os membros da família. Antes de publicar a reportagem na Época, em janeiro deste ano, apresentei oralmente a história da família Costa Pereira em Ferrara, na Itália, e em Madri, na Espanha.

Abraji: Foi difícil manter a distancia na relação com as fontes?
Eliane Brum: Sempre tive clareza do meu lugar na casa da família Costa Pereira. E tento estar à altura do meu posto de “escutadeira” de uma história de vida. Mas este também é um lugar amoroso. E foi muito difícil vê-los passar Natais de penúria, como aquele em que Estela serviu apenas farinha com cebola, sem interferir. Foi Hustene, mais do que eu, que teve a sabedoria de riscar os limites e assim manter o mais importante a salvo. Como quando fiquei – e fico – muito angustiada com a deterioração de sua visão por uma doença degenerativa causada pela diabetes. Ele não recebeu até hoje nenhum tratamento. A (des)assistência do SUS é desesperadora. Me ofereci para pagar um tratamento privado. Não consigo imaginá-lo cego – não por falta de assistência. Ele recusou na hora, enfaticamente. Entre nós, não pode existir dinheiro nem favores.

Nossa relação é muito clara. A família – e especialmente Hustene – me conta seu cotidiano. E eu escuto, guardo, registro. Até hoje. Nada mudou depois de a segunda reportagem ter sido publicada. Não é a lógica da pauta, episódica e com prazo, que prevalece aqui. O que me pauta é o registro histórico – e este vínculo privilegiado que se estabeleceu entre nós. Acredito que nós, jornalistas, produzimos documentos sobre a história contemporânea. Busco fazer meu trabalho com a responsabilidade que este compromisso exige e pauto minha vida por isso. Não sei se haverá outra reportagem. O que existe é a vida da família Costa Pereira em movimento – e o meu movimento de registrá-la.

Eliane Brum revela como prende a atenção do leitor com textos longos até na internet

“Se você conseguir agarrar seu leitor pelo pescoço no primeiro parágrafo, há grandes chances de você mantê-lo cativo até o final. Desde que você mantenha o ritmo do texto. Acho que não é o tamanho que afasta ou atrai o leitor, mas a seriedade e a verdade com que você escreve. O respeito que tem por ele.” A dica acima é dada por Eliane Brum, que irá ao 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo para compartilhar sua experiência acumulada em mais de 20 anos de redação.

Ela relata que depois de assistir ao filme “A Rede Social” ficou horas sentada em casa “cabisbaixa” por perceber que não faz parte do universo digital (ou virtual). “Circulo por este mundo, escrevo na internet, uso as redes sociais, mas não pertenço a este mundo”. Embora se sinta assim, faz muito sucesso na internet que reverbera pelas mídias sociais seu trabalho. Provando que textos longos (sua última coluna no site da Revista Época contava com mais de 60 mil caracteres) também têm seu espaço no mundo digital.

Apesar de todas as mudanças que a internet trouxe para o jornalismo, a repórter acredita que a reportagem ainda deva ser feita da mesma maneira de antes. “Você continua indo ao mundo real para contar uma história. Ou melhor, acho que o mais correto seria dizer que a gente continua tendo que ir ao `mundo encarnado´, porque o virtual também é real”, diz.

Diante de todas essas reflexões, Eliane vê no Congresso da Abraji uma oportunidade única para os jornalistas trocarem experiências. “É talvez o único congresso brasileiro que traz pessoas de todas as partes do país – e de fora dele – para contar suas experiências e para ouvir experiências. É um grande encontro, de várias gerações de jornalistas, inclusive. E, portanto, uma grande troca. Acho importantíssimo, um espaço muito privilegiado. E me sinto muito honrada por ter sido convidada como palestrante nos últimos três anos”.

Abraji: Quais as principais dicas para quem quer fazer um jornalismo diferente, reportagens mais profundas e com diferentes abordagens?

Eliane Brum: O jornalismo não mudou. Não no sentido do jeito de fazer reportagem, que me parece ser o mesmo de sempre. Repórter continua indo ao mundo, às ruas, com a responsabilidade de contar a história cotidiana do seu país, de uma rua, de uma pessoa. Documentar o contemporâneo. E isso se faz ao vivo, apurando com muita precisão e nenhuma licença poética não apenas o que é dito, mas o não dito (às vezes mais importante) e o silêncio. Os gestos, os sons, os cheiros, as manias, a sonoridade da palavra exata, as contradições, enfim, a enorme complexidade do real.

Fazer reportagem é permanecer na zona cinzenta, consciente de que não existe uma verdade única, mas várias. E, se trabalharmos muito e com muita seriedade, seremos capazes de chegar perto de algumas delas. Para isso, o principal instrumento é se tornar capaz de escutar sem julgar ou interferir. E olhar para aquela realidade disposto a enxergar além do óbvio.

Abraji: Muito se diz sobre a diminuição do tamanho do texto jornalístico em função da relutância dos leitores em se prender a longas reportagens. Como você vê esse fenômeno?
Eliane Brum: Ninguém nunca me provou isso. E eu não acredito. Sempre escrevi matérias longas. E não me consta que seja menos lida por isso. Hoje escrevo na internet e minhas colunas são enormes. E sou lida. Minhas entrevistas na coluna chegam a passar dos 40 mil caracteres. E são lidas. Acho que as pessoas lêem o que interessa a elas, independentemente do tamanho. Se você conseguir agarrar seu leitor pelo pescoço no primeiro parágrafo, há grandes chances de você mantê-lo cativo até o final. Desde que você mantenha o ritmo do texto. Desde que você não o enrole. Acho que não é o tamanho que afasta ou atrai o leitor, mas a seriedade e a verdade com que você escreve. O respeito que tem por ele.

Abraji: Você acredita que deve haver uma mudança dos meios jornalísticos em função da Era Digital?
Eliane Brum: A internet ampliou o número de narradores, diversificou as vozes. Hoje cada um pode contar a sua história. O que não é contado pelos jornais e revistas, por exemplo, vai ser contado de outro modo, em blogs e redes sociais. É diferente do passado recente, quando o que não era contado era como se não existisse, o que deixava grande parte da população e as regiões mais distantes do país de fora da história cotidiana registrada do país.

Mas, com ou sem internet, a reportagem continua sendo feita do mesmo jeito. A internet é apenas um instrumento a mais, no que diz respeito à reportagem. No sentido da veiculação e no sentido de instrumento mesmo: e-mails, fonte de pesquisa etc. Mas você continua indo ao mundo real para contar uma história. Ou melhor, acho que o mais correto seria dizer que a gente continua tendo que ir ao “mundo encarnado”, porque o virtual também é real. Enfim, vivemos uma época fascinante e não tenho a menor ideia do que vai acontecer, mas estou muito feliz de estar viva para testemunhar pelo menos o começo dela.

O que não sei como será resolvido, por exemplo, é o financiamento das reportagens. Sim, todo mundo pode escrever. Mas reportagem é algo caro e que exige tempo. Há muitos pontos de interrogação. E eu tenho muitas perguntas, mas poucas ou nenhuma resposta.

Fui assistir ao filme “Rede Social”, que conta a história do Facebook e gostei muito. Mas entrei com 44 anos, minha idade atual, e saí do cinema com 70 e poucos. Fiquei horas sentada em casa, bastante cabisbaixa, por perceber que eu circulo por este mundo, escrevo na internet, uso as redes sociais, mas não pertenço a este mundo. Isso minha geração perdeu. E até a geração da minha filha, que está com 29 anos, perdeu. Pertencer é de outra ordem.

Abraji: Como é trabalhar como freelancer?
Eliane Brum: Acho que sou uma freelancer muito atípica. Fiquei anos construindo esta alternativa de vida para ser totalmente dona do meu tempo e só fazer o que quero. Para isso, fiz uma grande mudança na minha vida e aprendi a viver com pouco dinheiro – hoje ganho mais ou menos um quinto do que ganhava. Foi uma escolha. E estou muito satisfeita com ela. Tenho convicção de que a liberdade exige uma vida simples, do ponto de vista financeiro. Quando saí da [revista] Época, tinha apartamento quitado, filha criada e nenhuma dívida. E me mantenho assim.

Só faço o que quero, o que me impõe algum desafio novo. Detesto me repetir e morro de medo de virar personagem de mim mesma. Tenho uma coluna fixa no site da Época, às segundas-feiras. E faço uma crônica semanal, às terças, no site vidabreve.com. Estes são meus compromissos fixos.

No ano passado lancei um documentário, em co-direção com Paschoal Samora, – “Gretchen Filme Estrada – a última turnê e a primeira campanha política da rainha do rebolado”. Em março deste ano iniciei um novo documentário. Tenho feito muitas palestras e oficinas de reportagem pelo Brasil afora, especialmente no projeto Rumos, do Itaú Cultural. E lanço meu primeiro romance em junho, pela editora Leya. E este foi um grande, um enorme desafio.

Estou sempre testando novos jeitos de contar histórias, que é o que dá sentido à minha vida. Sou inquieta, para mim é difícil repetir as mesmas fórmulas. Então acabo trabalhando mais do que devia, porque é sempre algo novo, que preciso encontrar um jeito de fazer, que me obriga a me perder antes de me achar. Minha vida é meio vertiginosa e às vezes eu fico bastante cansada. Mas acho que ainda estou aprendendo. Estou me lambuzando com a propriedade do meu tempo – e abusando dele e de mim. Se pudesse, eu nem dormia. Acho que ainda preciso encontrar um equilíbrio. Mas mudar é a tarefa mais difícil de qualquer vida e eu estou tropeçando ainda, mas uma hora encontro um ponto menos caótico.

Abraji: Ao seu ver, qual a importância do congresso da Abraji?
Eliane Brum: É talvez o único congresso brasileiro que traz pessoas de todas as partes do país – e de fora dele – para contar suas experiências e para ouvir experiências. É um grande encontro, de várias gerações de jornalistas, inclusive. E, portanto, uma grande troca. Acho importantíssimo, um espaço muito privilegiado. E me sinto muito honrada por ter sido convidada como palestrante nos últimos três anos.

Abraji: O que os participantes podem esperar de sua participação?
Eliane Brum: Uma história contada do meu jeito. Eu vou contar a história de uma reportagem. E vou tentar, desta vez, deixar mais espaço para perguntas. No ano passado, falei tanto que quase não sobrou tempo. Percebo que as pessoas querem saber não de uma, mas de muitas reportagens. E é importante manter um espaço aberto para todas as dúvidas, para o debate. Eu gosto muito desta parte, porque às vezes surgem perguntas que ninguém nunca me fez – e muito menos eu a mim mesma – e aprendo algo novo e muito importante.

Tenho feito muitas palestras e percebido que são encontros. Depende tanto de mim como de quem foi lá me escutar. Posso contar as mesmas histórias, mas o resultado é sempre muito diferente. Já falei para centenas de pessoas e me senti totalmente escutada e acolhida e saímos todos de lá com uma nova experiência. E já falei para bem menos pessoas sem que realmente acontecesse algo. Depende muito da verdade da busca de quem vai ouvir/participar. Eu posso garantir que sempre vou contar minhas histórias com muita verdade e vontade de alcançar quem está lá. Mas é um encontro definido pela reciprocidade.

No Congresso da Abraji, o público costuma ser muito bacana, realmente interessado. Espero que seja um bom encontro, um em que todos nós possamos sair um pouquinho transformados (e transtornados) pela experiência.

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Link para o original da primeira parte e para a segunda parte da entrevista (onde há link para a matéria “Uma família no governo Lula e outros links não mantidos nesta reprodução.