Arte: Hélio Rôla (clique para ampliar)

Meu artigo publicado na edição de hoje (15/12/2011) do O POVO.

Justiça
Plínio Bortolotti

O desmando e o abuso do patrimônio público – praticado por políticos eleitos, ministros ou outros servidores – vêm sendo cada vez menos tolerado pelo cidadão contribuinte.

Alguns desses malfeitos, estão capitulados naquilo que se chama “patrimonialismo”. Isto é, o sujeito não distingue entre seus negócios particulares e os do Estado, deixando este sempre no prejuízo. Existem ainda os abusos, o aproveitamento da condição de político ou de funcionário público para obter benesses ou para fazer exigências descabidas. No vulgo, alguns desses procedimentos ganhariam nomes menos elegantes, mas vou me abster de reproduzi-los aqui.

No início desta semana aconteceu uma verdadeira revolta popular na Câmara Municipal de Campinas (SP), no momento em que os vereadores aumentaram os seus salários em 126% (de R$ 6,6 mil para R$ 15 mil). O Correio Popular, jornal da cidade paulista, registrou em vídeo algumas cenas do momento em que os vereadores utilizaram de subterfúgio para aprovar o aumento, sem que as pessoas que assistiam à sessão percebessem a chicana. Veja aqui.

Também por esses dias o Conselho Nacional de Justiça vem levantando o salário de desembargadores em todo o país. Descobriu que muitos ganham acima do teto mensal de R$ 26,7 (o salário de um ministro do STF). Na folha de setembro, por exemplo, revelou-se que 120 desembargadores receberam mais do que R$ 40 mil, outros 23, mais de R$ 50 mil. Um deles ganhou mais de R$ 80 mil.

Ações assim, uma espontânea e popular e outra institucional, podem indicar que a vida dos que abusam do patrimônio público está ficando a cada dia mais difícil.

PS. O meu artigo anterior Meritíssimos, a respeito do pedido de aumento de magistrados, recebeu várias manifestações de leitores. A maioria concordante. Algumas criticando, uma dessas, com o seguinte título: “Cale sua boca, rapaz”.

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