Meu artigo publicado na edição de hoje (19/4/2012) do O POVO:
Perguntas sobre a segurança pública
Plínio Bortolotti
Em entrevista ao jornalista Erivaldo Carvalho (Páginas Azuis, 16/4), Amadeu Recasens, ex-diretor de Polícia da Catalunha (Espanha), evitou apresentar soluções mágicas para a segurança pública, como costumam fazer alguns “especialistas”. Recusou-se a dar receitas, afirmando que cada caso pede solução diferente.
Recasens disse ainda algumas obviedades, nem por isso banalidades. Principalmente para os políticos, o óbvio precisa ser repetido pelo menos três vezes ao dia, pois eles costumam perder o contato com a realidade.
Vamos ver as obviedades ditas por Recasens, esquecidas por aqueles que mandam na segurança pública.
1. “[É preciso haver] confiança mútua entre as instituições e a sociedade”.
2. “[As polícias dos] governos democráticos devem adotar, cada vez mais, a cultura da prestação de serviços”.
3. “Temos de exigir a informação de como estão as polícias. Tem de existir uma ética na instituição”.
4. “[A polícia] só muda de verdade se desmilitarizar-se e passar a ter coordenadorias ocupadas por civis”.
Deixo a cargo dos leitores responderem às perguntas que se seguem, a respeito das obviedades aqui reproduzidas, levando em conta a avaliação das polícias do Ceará.
1. Você confia nas polícias? Por quê?
2. Você acha que os policiais atuam como prestadores de serviço da comunidade? Você já se sentiu ajudado ou acolhido quando precisou de serviços policiais?
3. Você tem informações precisas a respeito, por exemplo, de números e dados confiáveis para acompanhar a atuação das forças de segurança? Você considera ética a atuação das polícias?
4. Mesmo depois das experiências de uma polícia militarizada, dirigida por militares, quase sempre os chamados “linha dura”, você ainda acredita que esse é o caminho para a redução da criminalidade?
Se você respondeu negativamente a pelo menos três dessas perguntas, você não acha que seria o caso de o governo vir a público dar explicações e debater abertamente o assunto com a sociedade?
Insegurança coletiva
O artigo nomeado “Perguntas sobre a segurança pública”, de autoria de Bortolotti, o Povo, 19.04, remete-me a minha vivência na sala de espera da dentista. Sobressaltada, exerço a gentileza de abrir a porta para o outro cliente entrar. Chegamos resignados a esse ponto, privados também do direito à comunicação solidária, de valores, dos quais deuses de velhas e novas gerações partilham. Resignados não reconhecemos nosso lugar como pessoas de direitos, cuja negação, a omissão do Estado só tem ajudado a naturalizar, sem nada a dizer sobre esse espanto coletivo. Ilumina-nos Toquinho, com sua canção e poesia: “a solidão é viver sem ninguém em quem poder confiar. Somos muitos, muito podemos fazer”.Relembrando a obviedade de que fala Bortolotti, é tarefa da sociedade organizada exigir do Estado a reconstrução desse lugar comum.
Realmente, a segurança pública no Brasil é um absurdo! Vivemos em meio a um Poder Judiciário que é uma verdadeira piada! Onde “pequenos delitos não serão mais considerados crimes”… Impunidade rola solta! Isso sem contar com a falta, despreparo ou mal remuneração dos policiais que só aumentam o ‘vexame nacional’. Faltam presídios; e mesmo neles, os detentos servem-se de grandiosas regalias: visita íntima, salário mensal (para o sustento da família), além de só passarem o dia fumando e jogando bola; esses delinquentes ainda tem direito a “queimarem seus colchões de vez em quando!”… E, a “mãezona do Governo, ainda por cima prontamente dá “caminha nova pra eles!” Detento não tinha que ter direito a colchão novo (quando queimasse o seu), sem direito a indulto, salário, dias a menos na pena para aqueles que trabalhassem. Pelo contrário, quem não trabalhasse não comia! É um oba-oba tão grande que dá até vontade de praticar um delito; ser preso; e deixar a família resguardada para garantir uma previdência privada por fora!… Enquanto isso; como se não bastasse, o “camarada” mata um, ou um monte, ‘e só pega no máximo trinta anos que nem em calendário Maia se cumprem esses trinta anos!…’
Tá uma barbada! Contudo, vamos fazer uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. Gastos superiores a 250 bilhões de reais em construção de estádios e infraestrutura para “inglês (suiço) ver”. Se fosse isso tudo para o povo, nem haveria tanta ação… Mas vai ter! e também mais outras coisas: Corrupção as pancas e o mais engraçado: 5 bilhões a menos para a saúde. Mesmo com o défict de 20.000 leitos faltando só nas principais capitais do país. Vale lembrar que com 1 bilhão de reais; valor gasto na reforma do “elefante branco” Maracanã por exemplo, daria para contruir 3 hospitais novinhos e bem equipados com 500 leitos cada um. Que geraria 3000 empregos diretos cada um (fora os indiretos que somariam mais 1 mil). E construir 10 presídios para prender 30 mil vagabundos (ladrões). É! Esse é o meu Brasil!!! Só ouvindo a voz doce daquela lindona da Paula Fernandes mesmo para esquecer de tantos problemas e sofrimentos!