Reprodução da coluna “Menu Político”, caderno “People”, edição de 26/4/2015 do O POVO.
O futuro pertence às máquinas
Plínio Bortolotti
Eu não sou um sujeito assombrado com previsões apocalípticas, porém, confesso que me perturbou a entrevista da revista Época, com o filósofo Sueco Nick Bostrom, sobre o perigo representado pelas “máquinas superinteligentes” para o futuro humano. Bostrom dirige o Centro para o Futuro da Humanidade, na Universidade de Oxford (Reino Unido), dedicado a estudar os riscos à extinção da vida humana: “do choque de um asteroide com a Terra à eclosão de um conflito nuclear generalizado”, conforme descreve a revista.
No livro, Superintelligence: paths, dangers and strategies (“Superinteligência: caminhos, perigos e estratégias”, em tradução livre) o filósofo aborda um problema que se costuma ver com mais assiduidade em literatura e filmes de ficção científica: o surgimento de máquinas superinteligentes, capazes de aprender e evoluir sozinhas. Para ele, esse será o principal risco que a humanidade enfrentará no próximo século, pois prevê que, até o fim deste, esses equipamentos terão sido criados.
Porém, ao contrário do que reza boa parte dos filmes de ficção científica, as máquinas não odiarão os seres humanos, estes lhe serão “indiferentes”, cumprindo o papel para que forma criadas – ainda que isso custe vidas – independentemente de juízo de valor. Por isso, Bostrom defende que, antes de se criar a máquina superinteligente dever-se-ia inventar uma forma de controlá-las, porém, segundo ele, há mais cientistas e mais dinheiros investidos na pesquisa da inteligência artificial.
Tudo bem, pensei eu, mas o sujeito é um filósofo, pode estar viajando em especulações sem base na materialidade. Assim resolvi fazer uma busca na internet e encontrei:
“Eu estou no lado daqueles que estão preocupados com a super inteligência. Inicialmente as máquinas farão muitas tarefas por nós e não serão superinteligentes. Isso poderá ser positivo, se conseguirmos gerir isso bem. Algumas décadas mais tarde a inteligência poderá ser forte o suficiente para se tornar um problema. Eu concordo com Elon Musk e alguns outros no que diz respeito a isto, e não percebo porque é que algumas pessoas não estão preocupadas.” Resposta de Bill Gates, o fundador da Microsoft, em sessão no fórum de perguntas Reddit. (Observem, ele põe a mesma questão que Bostrom, o controle das máquinas, e estranha haver pouca preocupação com o assunto.)
“(Essas máquinas) avançariam por conta própria e se reprojetariam em ritmo sempre crescente. Os humanos, limitados pela evolução biológica lenta, não conseguiriam competir e seriam desbancados. O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana.” Stephen Hawking, físico britânico, acometido esclerose lateral amiotrófica, usa um sistema com algum tipo de inteligência artificial para se comunicar.
Portanto, amigos, o prognóstico não é de um zé doidinho qualquer, tipo “previsão maia do fim do mundo”. Quem faz o alerta são pessoas com muita bagagem científica – e filosófica, por que não? Afinal qual a fronteira moral, ética ou segura é permitido à ciência alcançar?
(Infelizmente, como quase tudo na história humana, alguém vai se lembrar de fechar a porta somente após o ladrão ter entrado.)
NOTAS
Demônios
Elon Musk, citado por Bill Gates, é físico e grande empreendedor de teconologia de ponta, fundador da Tesla Motors, Space X e Pay Pal. Ele disse que produzir máquinas superinteligentes é o mesmo que estar “invocando de demônios” e que elas seriam mais perigosas que armas nucleares.
Nem tanto
Há cientistas com visão mais otimistas sobre o avanço da inteligência artificial: “Acredito que continuaremos no comando da tecnologia por um período razoável de tempo, e o potencial dela de resolver muitos dos problemas globais será concretizado”. Rollo Carpenter, especialista em inteligência artificial, criador do Cleverbot, cujo software aprende a imitar conversas humanas com crescente eficácia.
Fontes
As fontes consultadas para escrever o texto: revista Época; BBC Brasil; O Globo; Motherboard.
Uma emocionante história de esperança e de luta contra as injustiças. “O Futuro da Humanidade” oferece uma oportunidade de repensar a sociedade e o rumo de nossas vidas. Conta a trajetória de Marco, um jovem estudante de medicina indignado com a falta de respeito e sensibilidade dos professores em relação aos pacientes com transtornos psíquicos.
O protagonista da obra O Futuro da Humanidade do escritor e psiquiatra Augusto Cury é um jovem aventureiro chamado Marco Polo. Seu pai, Rodolfo, admirador do aventureiro veneziano Marco Polo do século XIII decidiu pôr o nome do seu filho em homenagem ao seu ídolo.
Marco Polo decide cursar medicina. No primeiro dia de aula, sobre anatomia, fica atônito e indignado com a indiferença e a falta de sensibilidade dos professores ao falarem sobre os cadáveres que os alunos iriam dissecar. Diziam friamente que se tratavam apenas de mendigos indigentes. O chefe do departamento de anatomia da universidade, o Dr. George, era sarcástico e intransigente. Marco Polo fica constrangido com a situação, assim como outros calouros, pois dizia que sob os escombros do sofrimento, das perdas e misérias físicas e psíquicas das pessoas existem belíssimas histórias de vida, regadas de esperança, lágrimas e amor. Por possuir um espírito humanista e aventureiro decide descobrir a história de pelo menos um cadáver que iriam dissecar, após ser desafiado pelo professor especialista em anatomia, o Dr. George.
Na praça do parque central conheceu Falcão, um mendigo filósofo que, posteriormente, tornara-se seu melhor amigo. Descobriu que ele fora um inteligentíssimo filósofo professor de uma universidade, mas que ao deprimir-se foi expulso do cargo de docente e traído pela esposa com o seu psiquiatra. Além disso, possuía um filho, de nome Lucas, que chamava carinhosamente de pupilo. Seu sogro proibiu-lhe de ver o filho, pois alegava que a sua doença mental poderia afetar o menino. Falcão deprimiu-se ainda mais e, querendo o melhor para seu filho, decidiu abandoná-lo e viver como andarilho. Conheceu o Poeta da Vida, um mendigo que fora um médico muito rico, que após perder a sua esposa e seus dois filhos em um acidente de carro ficou extremamente depressivo e tornou-se andarilho.
Marco Polo o convidou para ir à universidade. Chegando lá Falcão logo reconheceu a face de um dos cadáveres e contou para os presentes a sua história de vida. Dr. George ficou estarrecido ao perceber que o cadáver era na verdade o corpo de um renomado cientista cirurgião que também fora o diretor e professor da universidade que atualmente lecionava. Todos ficaram emocionados e decidiram afixar uma homenagem próxima ao corpo inerte do ilustre pensador e cientista, além de fazer o mesmo com os outros corpos. O Dr. George pediu desculpas a Marco Polo pela sua arrogância e insensibilidade e passou a fazer uma abordagem metodológica diferente em suas primeiras aulas de anatomia, incentivando os alunos novatos a pesquisarem sobre a vida dos cadáveres que iriam estudar.
Convida, dias depois, Falcão para partirem em busca do filho dele. Chegando à cidade em que morava com sua família, Falcão descobre que seu filho tornou-se o pró-reitor da universidade em que trabalhava antes de adoecer. Lucas, com 32 anos de idade, estava administrando uma palestra e ao terminar de falar foi surpreendido com um mendigo que decidira discursar, era Falcão. Descobre logo depois que se tratava de seu pai, o qual não via há mais de 20 anos. Ambos se abraçaram e choraram copiosamente por um longo tempo. Lucas compreendeu a ausência do pai e o perdoou. Falcão foi conhecer a casa do filho e, no dia seguinte, lá reviu a sua ex-esposa, Débora. Após conversarem, Falcão compreendeu suas atitudes e a perdoou tornando-se grandes amigos. Foi convidado a retornar ao seu cargo de professor na universidade em que seu filho agora era pró-reitor. Marco Polo voltou para sua cidade e a cada semestre voltava para conversar e brincar com o seu amigo Falcão que tanto lhe ensinara sobre os mistérios do teatro da vida. Decidiu, a partir daí, dedicar-se ao estudo da complexa mente humana.
Após formar-se em medicina Marco Polo decide especializar-se em psiquiatria em um famoso e renomado hospital chamado Atlântico. Lá conheceu e tornou-se amigo de vários pacientes que deprimiram-se por sofrerem perdas inexprimíveis. Dentre eles Dr. Romero, Ali Ramadan, Jaime, Isaac, Cláudia e outros mais que foram cativados pela humildade, carisma e atenção de Marco Polo. O diretor do hospital, Dr. Mário, e a enfermeira-chefe, Dora, não gostavam do jeito que Marco Polo agia, pois segundo eles suas ações poderiam causar uma rebelião entre os internados e causar um escândalo na imprensa fazendo-os perderem seus cargos. Marco Polo revolucionou a forma de tratar os doentes mentais do hospital Atlântico e tornou-se muito reconhecido pela sociedade. Usava músicas clássicas para tranquilizar seus pacientes além de incentivar os seus talentos através de cursos de dança, pintura, música e outras habilidades que eles, posteriormente, desenvolveram com maestria.