Reprodução do artigo publicado na editoria de Opinião do O POVO, edição de 9/11/2017.
À procura de um personagem
As elites mobilizam-se à procura de um candidato para representá-la nas eleições de 2018. Isso porque os primeiros personagens escalados para o papel estão sendo alvejados por desvio de caráter, como Aécio Neves (PSDB); vendo a candidatura embicar, como João Doria, ou sofrendo desgaste, como Alckmim, cuja popularidade restringe-se às divisas paulistas.
O negócio, então, é fazer experiência para achar um candidato que caia no agrado popular. Dois experimentos estão na praça: Henrique Meirelles e Luciano Huck, antípodas, do ponto de vista pessoal. O primeiro é businessman, banqueiro internacional; o segundo é showman, popular apresentador de TV. Mas o perfil pouco interessa: a questão da banca, dos grandes empresários e dos fazendeiros é ter alguém para chamar de seu.
Meirelles acaba de ser atingido por manter uma fundação nas Bermudas, um “trust”, recurso usado por super-ricos para evadir-se de impostos no Brasil. No caso de Meirelles tudo parece nos conformes legais, mas do ponto de vista moral, para um cobrador de impostos, o negócio é desastroso. Além disso prestou serviços para a J&F (Joesley Batista) pelos quais cobrou a bagatela de R$ 180 milhões.
Huck, por sua vez, já está formando seu ministério. Como divulgou a colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo, ele encontrou-se Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, para sondá-lo. Segundo a colunista, ele quer cercar-se de “notáveis”, que seriam seus possíveis ministros. “Ministério de notáveis”? Onde foi que ouvi e reouvi essa frase?
Outros personagens podem surgir. Esses dois ficam naquela do “sem querer querendo”, pois ainda se acham na “versão beta”, isto é, na fase de testes.
A propósito, formando seu ministério com tanta antecedência, Huck lembra Fernando Henrique Cardoso, posando para fotos na cadeira de prefeito, quando disputou o Executivo de São Paulo com Jânio Quadros (1985). O primeiro gesto do histriônico Jânio, quando derrotou o adversário, foi espanar o estofamento da cadeira onde FHC pousara suas nádegas.
As elites já tem seu candidato.
Lula!
Para trazer de volta os Cabral, Eike, Odebrecht, Joesley.
Para terceirizar o governo a Odebrecht, Joesley e outros amigos empresários.
Para não acabar com os privilégios de funcionários com grandes remunerações.
Para entregar fundos de pensão aos companheiros.
Para comprar refinarias sem valor ou doar refinarias aos amigos da Bolivia.
Para tomar dinheiro até de quem apelava para consignados.
Fernão Lara Mesquita,
A Odebrecht roubava pela via tradicional do superfaturamento de obra pública. Já a JBS assaltava direto o Tesouro Nacional, via BNDES.
[…]a nata do banditismo petista infiltrada no comando dos fundos de pensão e dos bancos públicos alistando a escória planetária do crime organizado em Estados nacionais – Venezuela, Cuba, a Argentina kirchnerista, Angola, Guiné Bissau e por aí – para montar, a partir de um modesto matadouro de Anápolis, uma lavanderia global de dinheiro roubado abarcando 30 países. Como foi, bilhão por bilhão, que o PT fez da Petros, entregue à “gestão” de um fundador da CUT, sócia dos carniceiros de Goiás.
J R Guzzo,
A ministra Luislinda só é diferente numa coisa, apenas uma, da manada de promotores, procuradores, juízes, desembargadores, ministros dos tribunais regionais, superiores e supremos, marajás variados, etc.: quase todos eles violam sem o menor constrangimento a lei do teto salarial e saem ganhando sempre. Luislinda, no fundo, é apenas mais uma prova, agora apresentada de uma forma francamente patética, do mundo de demência em que vivem os altos funcionários deste país. Passam a acreditar, com empenho fanático, que a realidade é aquela que vivem, e que o pagador de impostos tem a obrigação de prover o bem estar que decidem ser indispensável para si próprios.
Mailson da Nobrega,
Juízes e promotores merecem ser bem remunerados, mas não podem constituir uma casta privilegiada no serviço público o no país.
Muitas estatais mantêm privilégios para seus funcionários, que costumam gozar de estabilidade no emprego e de salários geralmente acima dos vigentes no setor privado. A Casa da Moeda é um bom exemplo. Mantém um serviço de saúde invejável, enquanto a população sofre com as deficiências do SUS.
Rodrigo Constantino,
Lula, após ter destruído a economia, produzido milhões de desempregados, roubado como nunca antes nesse País e quase ter afundado de vez nossa democracia, continua favorito de acordo com as pesquisas, sempre suspeitas.
Ou seja, temos como favorito para 2018 o chefe de quadrilha que afundou o Brasil, e que, como todo socialista, só sabe transferir culpa. Foi a Marisa, foi a Dilma, foi o Dirceu, foi o Palocci, foi a “crise internacional”. Só não foi ele, o maior responsável pela desgraça que se abateu sobre nós.
Faltou o Paulo Marcelo Farias Moreira, falar sobre os tucanos do bico grosso e seus discípulos, recrutando o po pará, e já tem até o vice é Adão.
Como dizia Millôr Fernandes: “somente devemos discutir política com quem pensa exatamente igual a gente”. Mas vamos lá: me parece que alguns brasileiros concebem o País em duas únicas situações: antes e depois de Lula. Ora, a construção da sociedade brasileira – para o bem e para o mal – é muito maior e mais complexa, e não se fez somente nos últimos 15 anos. Esse raciocínio restringe em muito qualquer discussão razoável e produtiva.
O Paulo Marcelo Farias Moreira, deveria falar um pouco sobre a revolução francesa, porque vem aí a revolução brasileira, e cabeças irão rolar mas tem que ser da elite política e da nobreza.
Quem mais poderá ser atingido se o “sistema de controle da corrupção” for revelado?
Quem o juiz quer proteger, não permitindo que advogados tenham acesso ao “bendito” sistema?
Será medo que aconteça o que aconteceu no caso da Mossack Fonseca?