Mas também não é possível afirmar que o ex-presidente esteja morto politicamente. Pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2018 ainda o colocam com desempenho considerável, que chega a ser até impressionante diante da avalanche em que o petista e seu partido foram alvo com o escândalo do Petrolão. O fato é que ainda existe uma fatia de eleitores, principalmente em parte da classe intelectual e da mais pobre do País, fiel a Lula e a tudo que ele representa em termos históricos. E é nessa força que a pré-candidata Luizianne Lins deposita todas as suas esperanças.
Em 2004, quando concorreu pela primeira vez ao comando da Capital, a atual deputada federal não teve Lula como seu padrinho eleitoral. Ele e boa parte do PT resolveram apoiar, mesmo que informalmente, a campanha de Inácio Arruda. Contra qualquer previsão, Luizianne acabou sendo eleita, explorando exatamente esse isolamento.
Quando disputou a reeleição, em 2008, a petista também não contou com o apoio direto do então presidente da República, já que havia candidaturas de partidos que integravam a base de Lula no Congresso, como era o caso de Patrícia Saboya, então filiada ao PDT. O principal nome do PT preferiu não se envolver para evitar qualquer desgaste.
Em 2016, seria a primeira vez de Lula participaria efetivamente de uma campanha de Luizianne. Sem apoio do governador Camilo Santana (PT), que deverá estar ao lado do prefeito Roberto Cláudio (PDT), e sem nenhum outro partido a compor sua chapa, o ex-presidente se transformou praticamente no único trunfo que a petista terá na disputa pelo Palácio do Bispo. Caso ele mergulhe de cabeça, trará certa envergadura à nova empreitada de Luizianne. Resta saber se esse apoio será suficiente.