O vereador Soldado Noélio (PR) criticou, em discurso na tribuna da Câmara, apreensões de veículos do Uber pela Prefeitura de Fortaleza. Autor de uma proposta de plebiscito sobre o tema, o vereador destacou que a gestão tem tratado motoristas do serviço como se eles fossem “bandidos”.
“Tenho trazido esse tema sempre, para que a gente possa discutir, mas parece que a Prefeitura quer tratar o trabalhador como um bandido, como um criminoso, abordando veículos desses motoristas como se bandidos fossem”, disse.
Para Noélio, a prática do Uber segue o que está previsto no Plano Nacional de Mobilidade Urbana, sob a categoria de “transporte individual privado”. Ele destaca que o serviço já foi regularizado em diversas cidades do País, como São Paulo (SP). “Só em seis meses, a Prefeitura arrecadou mais de R$ 26 milhões, e prevê arrecadar R$ 120 milhões só em 2017”.
Outro lado
Líder do governo na Casa, Ésio Feitosa (PPL) discordou do colega, destacando que o Congresso ainda não legislou especificamente sobre o assunto. Por conta disso, ele diz que o prefeito Roberto Cláudio (PDT) tem optado pela “prudência” em coibir a prática.
Já o vice-presidente da Câmara, Adail Júnior (PDT), defendeu que a Prefeitura crie um aplicativo próprio para gerenciar o modal de transporte individual privado. Ele destacou, no entanto, que o Uber é uma “multinacional” que estaria “explorando” trabalho dos motoristas que fazem uso do serviço.
Atualmente, diversas propostas sobre o tema na Câmara. Algumas delas, como a proposta pelo ex-vereador Eulógio Neto (PSC), pede a proibição total do serviço. Em agosto do ano passado, pesquisa O POVO/Datafolha apontou que 65% dos fortalezenses apoiam a regulamentação do Uber.