Michel Temer (PMDB) completou nesta sexta-feira um ano e uma semana desde que assumiu interinamente a Presidência da República. Pela segunda vez em um ano, o País tem presidente ameaçado de cair. Presidente não concluir mandato no Brasil não chega a ser propriamente novidade. Aliás, é algo que vem desde a fundação da República e atravessou a história do País. Dos dez presidentes efetivos que não terminaram o período de governo, seis caíram em função de crises políticas. Veja quem foram e quais as motivações.
1. Deodoro da Fonseca
Período de governo: 15 de novembro de 1889 a 25 de fevereiro de 1891
Via para a Presidência: tomada do poder (1889) e eleição indireta (1891)
Fim do mandato: renúncia
Contexto: havia intensa crise política. Deodoro fechou o Congresso, censurou a imprensa e prendeu líderes oposicionistas. A crise só aumentou e ele renunciou, com a frase: “Assino a carta de alforria do derradeiro escravo do Brasil”.
2. Afonso Pena
Período de governo: 15 de novembro de 1906 a 14 de junho de 1909
Via para a Presidência: eleição direta
Fim do mandato: morte por pneumonia
3. Washington Luís
Período de governo: 15 de novembro de 1926 a 24 de outubro de 1930
Via para a Presidência: eleição direta na qual foi candidato único
Fim do mandato: deposição pela Revolução de 1930
4. Getúlio Vargas
Período de governo: 3 de novembro de 1930 a 29 de outubro de 1945 e 31 de janeiro de 1951 a 24 de agosto de 1954
Via para a Presidência: tomada do poder (1930), eleição indireta (1934) e eleição direta (1950)
Fim do mandato: suicídio em meio a crise política
5. Café Filho
Período de governo: 24 de agosto de 1954 a 8 de novembro de 1955
Via para a Presidência: vice que assumiu com a morte de Vargas
Fim do mandato: impeachment
Contexto: Juscelino Kubitscheck foi eleito, mas havia pressão para que não fosse dada posse. Em meio à crise, Café Filho teve distúrbio cardiovascular e se afastou em 8 de novembro de 1955. Tomou posse o presidente da Câmara, Carlos Luz. Acusado de conspiração para não deixar JK assumir, foi deposto pelo ministro da Guerra, marechal Henrique Lott, em 11 de novembro, três dias após assumir. O impeachment foi aprovado pelo Congresso Nacional, sob pressão das Forças Armadas. Tomou posse o 1º vice-presidente do Senado, Nereu Ramos.
Café Filho se restabeleceu e tentou reassumir o cargo. Lott o vetou e o Congresso, em 22 de novembro, aprovou o impeachment de Café Filho. Foi decretado estado de sítio até a posse de Kubitscheck. O episódio ficou conhecido como golpe preventivo, com objetivo de assegurar a legalidade.
6. Jânio Quadros
Período de governo: 31 de janeiro de 1961 a 25 de agosto de 1961
Via para a Presidência: eleição direta
Fim do mandato: renúncia
Contexto: a renúncia era manobra para tentar retornar ao cargo com mais poderes. Não deu certo.
7. João Goulart
Período de governo: 8 de setembro de 1961 a 31 de março de 1964
Via para a Presidência: vice que assumiu após renúncia de Jânio
Fim do mandato: deposto pelo golpe militar de 1964
Contexto: acusado de ser comunista e em meio a medidas polêmicas e consideradas radicais, foi deposto pelas Forças Armadas que instituíram ditadura militar
8. Costa e Silva
Período de governo: 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969
Via para a Presidência: eleição indireta
Fim do mandato: afastamento após derrame cerebral. Morreu meses depois
9. Fernando Collor de Mello
Período de governo: 15 de março de 1990 a 2 de outubro de 1992
Via para a Presidência: eleição direta
Fim do mandato: renúncia na data da votação do impeachment
Contexto: alvo de denúncias de corrupção, renunciou na última hora para tentar preservar os direitos políticos, o que não conseguiu.
10. Dilma Rousseff
Período de governo: 1º de janeiro de 2011 a 31 de agosto de 2016
Via para a Presidência: eleição direta
Fim do mandato: impeachment
Contexto: em meio a denúncias de corrupção, foi acusada de manobras fiscais e teve impeachment aprovado no Congresso.
Não.houve golpe, mas um comando para manter a lei e a ordem. E tinha sim comunistas querendo assumir o pais, tal como hoje!!!