Sergio Machado delatou diversos políticos. (Foto: Tatiana Fortes/O POVO)

Há exato um ano da divulgação dos áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, para anexar aos documentos da delação premiada formalizada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o processo de investigação após as revelações segue de forma lenta, apesar de desdobramentos em novas operações.

Um ano depois, o principal responsável pela polêmica, o ex-senador cearense, segue livre após o acordo de colaboração ser formalizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme mostra publicação do O POVO, Machado segue solto aguardando julgamento da justiça pelos crimes que responde.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que teve conversa com Machado revelada planejando acordo para barrar a Operação Lava Jato, é o atual líder do governo do presidente Michel Temer (PMDB) no Senado. O parlamentar é investigado em cinco inquérito após citação de delatores e segue sendo um homem forte do Palácio do Planalto em Brasília.

Delação premiada de Machado rendeu novas operações

O cearense diz em um dos áudios, ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que Aécio Neves (PSDB-MG) “é vulnerabilíssimo. Vulnerabilíssimo. Há muito tempo!”. O tucano, na semana passada, foi afastado das funções no Senado após delação de Joesley Batista, dono da JBS, apontar pagamento de propina para o mineiro no valor de R$ 2 milhões.  Nessa investigação, há pedido de prisão da PGR no STF.

Sobre o presidente do DEM, Agripino Maia (DEM-RN), Machado afirmou que ele recebeu, em 2010, R$ 300 mil para a campanha eleitoral e R$ 250 mil, em 2014, para a campanha do seu filho, o deputado Felipe Maia (DEM-RN). O parlamentar é investigado na Suprema Corte por corrupção, mas continua atuando no Senado.

Em setembro do ano passado, o ministro do STF autorizou a  apuração da delação de Sergio Machado. Delator citou políticos de PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PCdoB. Machado acusou ainda o presidente Michel Temer de ter pedido dinheiro para campanha.

O peemedebista, que negou a acusação, foi gravado dando aval ao dono da JBS, Joesley Batista, para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Há oito pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados e um processo de cassação da chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Tagged in:

About the Author

Wagner Mendes

Repórter do núcleo de política do O POVO wagnermendes@opovo.com.br

View All Articles