Operação em Itarema contou com apoio de grupo especial do MP-CE (Foto: Divulgação)

Operação em Itarema contou com apoio de grupo especial do MP-CE (Foto: Divulgação/Ministério Público do Ceará)

A Polícia Civil do Ceará prendeu preventivamente nesta quarta-feira, 28, oito dos treze vereadores de Itarema, Zona Norte do Estado. As prisões seguem desdobramentos da 2ª fase da “Operação Fantasma”, conduzida pelo Ministério Público do Ceará (MP-CE) e que investiga esquema de contratação de servidores fantasmas pela Câmara Municipal de Itarema.

Ao todo, foram cumpridos 19 mandados judiciais de busca e apreensão, 32 de condução coercitiva e nove de prisão preventiva – incluindo oito vereadores e a diretora de Recursos Humanos da Câmara, Maria José Carneiro Rios. Além das prisões, foi decretado pela Justiça o afastamento de todos os vereadores e da diretora, além de outros servidores do Legislativo.

Servidores fantasmas

A investigação teve início após denúncias de uma pessoa que se sentiu prejudicada por não conseguir receber benefício previdenciário em razão de um suposto vínculo com a Câmara, até então desconhecido pela vítima. Iniciou-se então a investigação da contratação de servidores fantasma pela Câmara Municipal, com a decretação de ações de busca e apreensão na Casa.

Segundo as investigações, várias pessoas teriam sido contratadas pelo Legislativo Municipal e recebiam salários sem comparecer ao prédio da Câmara. Enquanto alguns “fantasmas” eram obrigados a repassar parte de seus vencimentos aos vereadores, outros prestavam serviços sem nenhum vínculo formal com a Casa – geralmente para mascarar casos de nepotismo.

Ministério Público

Segunda fase da Operação foi conduzida em parceria entre a promotoria de Itarema e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). Também compuseram equipes de investigação promotres de Cruz e Morrinhos. Equipes irão conduzir depoimentos com os suspeitos durante toda esta quarta-feira.

O MP estima que denúncias contra os investigados serão apresentadas à Justiça nos próximos dias. Eles são investigados por crimes de estelionato, falsidade ideológica, falsidade de documento particular e peculato. A 1ª fase da “Operação Fantasma” aconteceu em abril de 2017.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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