Servidora da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) presa em operação anticorrupção na última quinta-feira, 19, já havia sido afastada internamente pela pasta antes da ação. A informação é do deputado Evandro Leitão (PDT), líder do governo Camilo Santana (PT) na Assembleia.
Segundo ele, a Sesa teria afastado a servidora Walécia Diana Gadelha Maia, acusada de fraudes na compra de medicamentos da pasta, “logo no primeiro sinal de desvio de conduta”. “Isso demonstra que o Estado quer que seja tudo apurado e responsabilizando quem esteja comprometido com o delito. A servidora já estava afastada quando houve o mandado de prisão”, disse.
Evandro Leitão classifica ainda como positivo o atual sistema de compras de medicamentos do Estado, em operação desde 2015. “O abastecimento foi ampliado e houve uma economia de 20 por cento nas compras. Portanto, uma redução drástica”.
Operação Medicar
Deflagrada na quinta-feira passada, Operação Medicar aponta fraudes para a compra sem licitação de medicamentos e materiais médico-hospitalares. Ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária, um deles de uma servidora da Saúde. Na manhã desta terça-feira, o assunto foi dos temas mais comentados em pronunciamentos da Assembleia.
“Se os crimes identificados forem confirmados, poderemos ter o maior escândalo de desvio de recursos públicos da história do Ceará”, disse Capitão Wagner (PR). Já Leonardo Araújo (PMDB) acusou o Governo do Estado de omitir aos deputados mais informações do caso. “É passível de uma investigação do MPCE sobre a conduta do Executivo nesta questão”, diz.
Segundo a investigação, empresas envolvidas receberam do Estado mais de R$ 48 milhões entre 2015 e 2017. A operação aponta, por exemplo, ocorrência contratos com valor abaixo do mercado, firmados em licitações irregulares com objetivo de entregar produtos diversos ou de qualidade inferior àqueles efetivamente contratados pela pasta.