É cedo ainda para avaliar o potencial de estrago da declaração de apoio ao regime militar dada pelo candidato tucano ao Governo do Estado, General Theophilo.
Em entrevista ontem ao jornalista e editor-adjunto do O POVO Online, Italo Coriolano, Theophilo classificou o golpe de 1964 como um “contragolpe democrático”.
De acordo com ele, naquele ano o Brasil “estava à beira de ter um golpe através de João Goulart”, então presidente da República.
Foi aí, conta o candidato, que “um herói cearense liderou um contragolpe democrático que levou o País a corrigir toda essa estrutura comunista que estava sendo implantada”.
De volta ao Ceará: qual o efeito da declaração do General sobre o eleitorado? Negativo? Positivo?
As eleições estão apenas começando. Segundo pesquisa Ibope, Camilo Santana (PT), que concorre à reeleição, tem 64% de intenção de votos, à frente (e muito) do postulante tucano, que tem 4%.
Não se sabe se por estratégia de campanha ou convicção ou ambas, Theophilo foi enfático na defesa da “revolução gloriosa”.
Líder das pesquisas na corrida presidencial nos cenários sem Lula, Jair Bolsonaro (PSL) é um notório defensor dos militares. O capitão reformado já disse que, se uma ditadura se instaurasse no Brasil, ele mesmo se encarregaria de metralhar gente como Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente tucano.
Cabe perguntar: Theophilo estaria de olho nessa onda conservadora na tentativa de melhorar seu desempenho e reduzir a distância para Camilo? Apenas o candidato poderá dizer.
Talvez faça isso nesta quarta-feira, no primeiro debate televisivo entre os postulantes ao Palácio da Abolição, na TV Jangadeiro.
Mas as reações não tardaram. Ainda nesta terça, o governador partiu para o ataque contra o adversário. Outros certamente virão. Pena que não estará presente ao embate para confrontar pessoalmente o adversário.
Pra encerrar: ironia que tenha vindo de um candidato filiado ao PSDB a defesa de um regime de força – assim como o PT, o Partido da Social-Democracia Brasileira nasceu na esteira da luta contra a ditadura.
Confira abaixo entrevista com o candidato tucano General Theophilo ao programa “Live Política”, com Italo Coriolano:
https://www.facebook.com/OPOVOOnline/videos/1938437636214601/
Antes de 1985, vivemos no Brasil, um verdadeiro governo democrático, excelente em todos os sentidos, havia segurança, saúde, educação, o funcionalismo público funcionava perfeitamente pois não havia políticos infiltrados, todos os serviços sempre deram lucro e ainda hoje dão bastante, mas o problema são os políticos que querem vender o Brasil inteiro e ficar com o dinheiro para eles. Desde 1985 ate os dias de hoje, vivemos em um Brasil de um povo sofrido, morrendo em casa, em filas de hospitais e corredores, pelos maus tratos, sofrimentos, cobrança de altos impostos, salários de miséria, impostos pelos políticos. A politica destruiu o Brasil e não há solução com esses caras que estão no governo.