Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) travam batalha nas pesquisas presidenciais (Foto: reprodução de vídeo)

Dois candidatos têm o que comemorar na rodada do Ibope desta terça-feira: Jair Bolsonaro (PSL), que ampliou liderança e foi a 28%, e Fernando Haddad (PT), que cresceu 11 pontos e chegou a 19%.

Ciro Gomes, do PDT, manteve-se com 11%. Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) oscilaram negativamente, ficando com 6% e 7%, respectivamente.

Outro aspecto da pesquisa, não menos importante: Bolsonaro melhorou desempenho no segundo turno consideravelmente.

Perde apenas para Ciro, por diferença de 1 ponto percentual, ou seja, inferior à margem de erro, que é de 3 pontos.

Contra Haddad, o capitão da reserva empata: 40% a 40%.

Salvo alguma reviravolta, Bolsonaro e Haddad estão no segundo turno, mas a briga entre os dois começa desde já.

Não apenas pela preferência. É uma guerra dos rejeitados, de ódios e rancores.

Antipetistas contra antibolsonaristas.

A campanha agora é outra. O Ibope consolida um cenário que parecia certo na semana passada.

Um salto gigantesco de Haddad, a estagnação de Ciro e o derretimento de Alckmin e Marina, praticamente cartas fora do baralho.

A nova etapa obriga a reajustar discursos. O PT já tem calibrado o de Haddad, que deve começar uma romaria parecida com a de Lula em 2002, quando assinou a “Carta ao povo brasileiro”.

Já Bolsonaro deve intensificar o discurso antilulista. Ele, sim, representa o antipetismo, e não Ciro Gomes.

Pelos percentuais apresentados, é improvável que algum candidato vença já no primeiro turno. Para tanto, Haddad precisaria crescer fora do lastro petista.

Ou Bolsonaro decolar numa proporção maior do que essa que as sondagens vêm mostrando.

Nada disso, porém, deve acontecer.

Na prática, o Brasil verá o mais longo segundo turno da história da política nacional desde a redemocratização.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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