Joaquim Barbosa presidiu o Supremo Tribunal Federal. Ministro foi relator dos processos do mensalão (Foto: Agência Brasil)

Na véspera da eleição, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa declarou voto no presidenciável Fernando Haddad (PT) e criticou Jair Bolsonaro (PSL) por utilizar trecho de sessão do STF no qual Barbosa fala sobre envolvimento de lideranças partidárias no mensalão.

Após escrever no Twitter que, “pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo”, o ex-ministro faz um “esclarecimento público para desmentir uma manipulação que vem sendo feita ao longo desta triste campanha eleitoral”.

“Até a data de hoje”, declara Barbosa, “eu ignorei completamente o uso do meu nome na campanha por um dos candidatos”. E acrescenta: “Mudei de ideia porque hoje reiterou-se a manipulação.”

O ex-presidente da Corte então afirma que, na ação penal 470, “Bolsonaro não era líder nem presidente de partido” e “não fazia parte do processo do Mensalão”.

Ele continua: “Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí”.

Mais cedo, na mesma rede social, Barbosa já havia declarado que, depois de sopesar “aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa (…), votarei em Fernando Haddad”.

Pouco tempo depois, em resposta, Bolsonaro publicou vídeo relativizando apoio de Barbosa a Haddad e reproduzindo fala do ex-ministro na qual ele assegura que apenas o militar reformado não havia sido “comprado” no mensalão, pois votara contrariamente à indicação das lideranças partidárias.

À época, Bolsonaro era filiado ao PTB de Roberto Jefferson, pivô do mensalão.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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