O ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB) refutou a acusação de que teria recebido propina do ex-executivo Mariano Marcondes Ferraz para facilitar a obtenção de contratos na Petrobras. Segundo nota da assessoria de imprensa, Eunício “nega, veementemente, qualquer envolvimento com os relatos de 2002 feitos pelo delator”.

Nos depoimentos ao Ministério Público, Ferraz disse que, por volta de 2002 e 2003, sugeriu a Eunício indicar Leonardo Goldenberg e Otávio Cintra para cargos na Petrobras. Deu certo e os dois acabaram nomeados para cargos na BR Distribuidora.

Os negócios de uma das empresas de Ferraz, Fonte Negócios começaram a melhorar a partir daí. “Os referidos funcionários [Goldelberg e Cintra] beneficiavam a Fonte Negócios, nos processos de compra de produtos pela Petrobras, acarretando o aumento do volume de vendas”, narra a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no documento interno do Ministério Público.

De acordo com a PGR, as propinas eram pagas com esse dinheiro do lucro. Um dos meios de distribuir o dinheiro da corrupção era, segundo Ferraz, mandar dinheiro ao exterior para Eunício. Ele usava uma conta no banco UBS, na Suíça, cujo titular era o próprio cunhado, Antônio Venâncio. Mas o “beneficiário final seria o então deputado federal Eunício Oliveira”, narra Dodge no documento.

As informações foram divulgadas na noite desta sexta-feira, 8, pelo UOL. A assessoria de imprensa também informou que o ex-parlamentar tomará “todas as medidas judiciais cabíveis”, sem, no entanto, detalhar o assunto.