Professor Custódio Almeida, que encabeça lista tríplice para reitor da UFC (Foto: Divulgação)

Primeiro colocado na lista de três nomes que concorrem ao cargo de reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Custódio Almeida disse ao Blog Política esperar que o presidente Jair Bolsonaro, a quem compete a decisão, “escolha o mais votado na consulta e no conselho máximo da instituição”.

“O nome escolhido pela comunidade acadêmica está abonado nos critérios técnicos e é o melhor nome”, defendeu o atual vice-reitor.

Questionado se tem receio de que a escolha do próximo reitor não obedeça a parâmetros técnicos, mas ideológicos, Almeida admitiu ter “clareza de que os dirigentes do País sabem da importância do papel da UFC e de manter sua estabilidade e tranquilidade para cumprir sua missão social”.

Em seguida, relatou aguardar que “o MEC compreenda que o nome em primeiro lugar é o melhor para a instituição porque temos histórico de maturidade para escolha de dirigentes”.

No processo de sucessão do reitor Henry Campos, Custódio encabeçou a consulta à comunidade acadêmica, feita no dia 8/5, na qual obteve mais de 7 mil votos.

O docente também foi o mais votado na eleição do Conselho Universitário (Consuni), no dia 20/5, colhendo 25 votos.

Completa a lista tríplice para reitor o atual diretor da Faculdade de Direito, Candido Albuquerque, que teve nove votos no Consuni, ficando em segundo lugar – na consulta, contou com 610 votos.

Em terceiro está Maria Elias Soares, depositária de oito votos – a professora candidatou-se após saída de Antonio Gomes, que havia conquistado a segunda posição na consulta aos estudantes e servidores da instituição, mas renunciou à postulação dois dias antes da escolha no Consuni.

“Universidade não é local para guetos ideológicos”, diz candidato a reitor da UFC

Além de defender que Bolsonaro acolha o primeiro nome da lista, Custódio Almeida também rebateu declaração dada por Candido Albuquerque segundo a qual “a universidade não é local para guetos ideológicos”.

“A universidade é, antes de qualquer coisa, a instituição que nasce na égide da proteção da liberdade de expressão”, disse Custódio. “A UFC não pode ela mesma ser alvo de uma ideologia que a cerceie.”

O professor acrescentou: “Se a gente considera que ela é plural, não tem sentido falar que a universidade é pautada na ideologia”.

Perguntado se pretende alterar o processo de escolha direta de reitor da UFC, criticado por Candido, o docente assinalou que esse rito é absolutamente legal.

“Esse processo está na lei que pauta a matéria e, portanto, é completamente legítimo”, respondeu. “E se a gente se baseia na tradição da UFC, esse processo tem transcorrido de forma absolutamente tranquila. A vontade da comunidade é madura. A universidade não tem percalços em relação a isso.”

O Ministério da Educação (MEC) tem até o início de agosto, quando expira o mandato de Henry Campos, para submeter os nomes ao presidente e escolher o reitor da UFC. O mandato é de quatro anos, passível de renovação mediante candidatura à reeleição.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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