Presidente do Instituto Cearense de Direito Eleitoral (Icede), André Costa está preocupado, de verdade, com a programação política do ano de 2020. Ele está atento aos murmúrios do Congresso, onde há vozes defendendo que a eleição hoje prevista seja cancelada ou, pelo menos adiada. Mais do que vozes, há uma proposta concreta nesse sentido tramitando.
O autor é o deputado federal Rogério Peninha Mendonça (MDB/SC), que argumenta com o aspecto econômico na apresentação de sua Proposta de Emenda Constitucional (PEC). O fundamento da mudança seria levar à coincidência dos mandatos no País em todos os níveis, transferindo para o ano de 2022 a próxima disputa pelas prefeituras municipais e pelas milhares de vagas às Câmaras de Vereadores espalhadas pelo País.
O fato é que, crise à parte, prefeitos já se mobilizam animados com a possibilidade de extensão dos próprios mandatos por mais dois anos. Aliás, o tema consta de uma extensa pauta colocada para uma reunião conjunta organizada em Fortaleza para a próxima sexta-feira, dia 7, pela Associação de Prefeitos do Ceará (Aprece) e pela União de Vereadores do Ceará (UVC). Não será o assunto central, mas consta entre aqueles que estarão em discussão.
A informação que se tem é de que a proposta de coincidência de mandatos está animando alguns deputados na Câmara. Evidentemente, aqueles que não têm planos de participar diretamente da disputa pelas prefeituras no próximo ano, os que não dispõem de aliados interessados em se candidatar ou quem está alinhado aos atuais ocupantes de cargos. Enfim, de novo, os interesses políticos pessoais determinam as posições que são adotadas diante do tema, independente de seus efeitos reais sobre o calendário da democracia brasileira.

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Gualter George

Editor de Política do O POVO

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