A principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro (Foto: Divulgação/Fecomercio)

A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso caiu -2,4 pontos percentuais, passando de 20,2%, em outubro, para 17,8% neste mês

A Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza revela que, em novembro, 49,3% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice veio -1,6 pontos percentuais abaixo do indicador do último mês de outubro (50,9%), sendo o melhor resultado desde 2010, quando a atual metodologia passou a ser utilizada na pesquisa. O levantamento é realizado pela Fecomércio, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).

O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.564, comprometendo 32,9% da renda familiar. Os problemas financeiros afetam mais as mulheres. 20,5% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso. Já os consumidores do grupo com idade entre 25 e 34 anos representam 20%. Do extrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos, 19,5%.

O tempo médio de atraso é de 61 dias, sendo o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, a principal justificativa – a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 65,9% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 32,5%, seguido da contestação das dívidas (5,8%).

Comprometimento da renda
Em Fortaleza, 49,3% dos consumidores possuem algum tipo de dívida. Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 79,1% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 17,7%; empréstimos pessoais, com 4,8%; carnês e crediários, com 4,4%; e cheque especial, com 1,8%.

De acordo com a pesquisa, o consumidor utilizou o crédito para: consumo de itens de alimentação (42,1% das respostas); aquisição de eletroeletrônicos (37,2%); compra de artigos de vestuário (34,3%); e realização de despesas de educação e saúde (29,3%).

O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.564, com prazo médio de sete meses, comprometendo 32,9% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve diminuição de -3,6 pontos percentuais, passando de 9,9%, em outubro, para 6,3% neste mês.

O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 7,0%), com idade entre 25 e 34 anos (8,3%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (7,0%).

Orçamento familiar
A Pesquisa de Endividamento também revela que 79,2% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 11,7% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos. 9,1% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, estão: a falta de orçamento e controle dos gastos, com 62,9%; o aumento dos gastos considerados essenciais, com 19,5%; desemprego, com 18,3%; as compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 12,2%; gastos imprevistos, com 8,9%; e redução dos rendimentos, com 8,2%.