Pesquisa

A pesquisa IEE registrou pessimismo de especialistas com a economia brasileira. (Foto: Divulgação)

Analistas consultados revelaram otimismo em apenas duas das nove variáveis investigadas: gastos públicos e oferta de crédito

A Fecomércio-CE e o Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), em parceria, divulgam a trigésima primeira edição da pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE). De periodicidade bimestral, a pesquisa colheu no período maio-junho as expectativas de 102 especialistas em economia.

O estudo aponta um aumento no número de variáveis econômicas analisadas com pessimismo, de três para sete. Os três índices – de percepção geral (86,2 pontos), de percepção futura (97,7 pontos) e de percepção presente (77,9 pontos) – registraram pessimismo dos analistas em relação ao quadro econômico nacional. Os resultados da pesquisa revelam uma deterioração na percepção sobre a dinâmica macroeconômica do País.

O número de variáveis analisadas com pessimismo na pesquisa atual foram cenário internacional (93,1 pontos), taxa de juros (91,0 pontos), evolução do PIB (90,3 pontos), taxa de inflação (85,4 pontos), nível de emprego (79,9 pontos), taxa de câmbio (63,2 pontos) e salários reais (44,4 pontos), que atingiu mais uma vez a menor pontuação.

A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se situação de pessimismo; acima desse valor, otimismo. Enquanto na pesquisa anterior os analistas revelaram otimismo em cinco das nove variáveis investigadas, na presente pesquisa as variáveis percebidas com otimismo foram apenas duas: gastos públicos (123,6 pontos) e oferta de crédito (104,9 pontos).

Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral declinou para 86,2 pontos, uma redução significativa de 18,2% em relação à pesquisa anterior. Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa apresenta também declínio nas expectativas, de 16,1%.

É válido destacar, ainda, que a percepção sobre o desempenho presente revelou elevação no pessimismo de 17,4%, registrando 77,9 pontos.

As expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas, como investimento, consumo, poupança e taxa de juros. Ao mesmo tempo, a performance positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.