Foto de menina com as mãos pintadas. A palma, vermelha, está em evidência.

Professores precisam conhecer as deficiências e incentivar desenvolvimento do aluno. Congresso de Educação Sesc Senac acontece em fevereiro. (Foto: Prashant Sharma/Pixabay)

Ambiente escolar pode promover convívio saudável e acolhimento

Contrariando o diagnóstico de autismo severo, Marcus Paulo de Melo Costa é visto por sua avó como um menino alegre e comunicativo. O transtorno muitas vezes acarreta dificuldades de interação social e de linguagem, o que não é o caso do aluno do 9º ano da Escola Educar Sesc. “Ele chega no colégio e cumprimenta desde o professor ao vigia, é uma criança muito comunicativa. Essa característica dele é diferente dos outros autistas que querem se isolar, ele não”, afirma a avó Maria Terezinha de Jesus Brito.

Quando chegou na escola ainda pequeno, ela percebia que o neto não interagia com os outros, hoje o menino ganhou o título de “garoto propaganda” por sua simpatia. Os primeiros sinais de autismo foram notados pela família pelo atraso para falar e andar. Terezinha lembra que, por volta de dois anos, ele começou a estudar e ao longo do tempo foi demonstrando sua inteligência para aprender.

A escola é fundamental para que as crianças com deficiência se desenvolvam. “Após a socialização e convívio no ambiente escolar, os alunos apresentam avanços no processo de aprendizagem cognitiva”, explica a diretora Katiussia Reis.

Cada pessoa pode apresentar ritmos diferentes de evolução, seja na comunicação, interação social, personalidade, intelectualidade ou desenvolvimento físico. Conforme avança o conhecimento científico sobre as particularidades cognitivas, mais as escolas entendem o desafio de inclusão na aprendizagem, o que vai exigir do educador e toda equipe o esforço para adaptar métodos, superar estigmas e promover convívio saudável na escola.

A abordagem correta para que as relações não sejam traumáticas para o aluno com deficiência vai depender de muitos fatores, alguns deles são a capacitação constante dos professores e o cuidado para que toda a comunidade escolar acolha e respeite as diferenças.

A proposta pedagógica das Escolas Educar Sesc prevê a educação inclusiva, tanto no conteúdo curricular, quanto no cotidiano da escola. Um dos princípios educativos do Sesc é de que “a escola contemporânea está inserida num contexto multicultural e diverso, no qual ecoa uma polifonia de sujeitos que trazem suas marcas, seus desejos, seus direitos e suas histórias”, informa a Proposta Pedagógica Educar Sesc.

De acordo com a diretora, a escola tem alunos com diagnóstico de autismo, hiperatividade, Síndrome de Down, déficit de atenção, bipolaridade, Asperger, entre outros transtornos de desenvolvimento. Estas são apenas algumas dos distúrbios listados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, elaborado pela Associação Psiquiátrica Americana, que apresenta mais de vinte categorias, como disfunções neurocognitivas, de personalidade, motoras e de aprendizagem.

Para estes alunos, a escola oferece assistência pedagógica e espaço de recursos lúdico-pedagógicos. Para os professores, investe na formação em educação inclusiva, para que compreendam as particularidades de cada transtorno. Com a família, os educadores buscam aproximação e parceria para o desenvolvimento das crianças e jovens.

A inclusão é positiva para toda a escola, inclusive para os alunos sem deficiência. “O convívio saudável com quem é diferente e a promoção do desenvolvimento das habilidades socioemocionais fortalece e garante a formação integral do aluno”, afirma a diretora.

Um dos momentos de formação pedagógica que o Sesc vai realizar é o Congresso de Educação Sesc Senac, que acontece de 27 a 29 de fevereiro em Fortaleza. Com a participação de mais de 700 educadores do Sesc e Senac,o encontro aborda temas como os desafios da Inclusão e Intercultura em sala de aula. Saiba mais sobre o evento.