Homem acessando um smartphone, representando a leitura de fake news

Fake news costumam causar espanto ou indignação. Checar as informações antes de compartilhar é fundamental (Foto: Unsplash)

Elas estão por toda parte e podem causar grandes males. Veja cinco dicas para identificar e combater as fake news

Não é novidade que a internet já faz parte do cotidiano da maioria das pessoas. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios, do Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br), três quartos da população brasileira têm acesso à rede mundial. E o uso da internet cresceu ainda mais durante o período de isolamento social. Mais precisamente, entre 40% e 50% de acordo com a Anatel.

No entanto, entre a utilidade e os benefícios na conectividade, também se escondem riscos. Um deles são as notícias falsas, chamadas também de fake news. Uma pesquisa da Avaaz apontou que 7 em cada 10 brasileiros acreditou em pelo menos uma notícia falsa relacionada à pandemia de coronavírus.

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Durante o programa Mundo Fecomércio sobre o crescimento do uso da Internet pelos idosos, o pesquisador Ilo Aguiar, do iNOVA Media Lab da Universidade NOVA de Lisboa, alertou que não apenas as pessoas que têm menos experiência no mundo online, mas todos os internautas estão expostos às fake news: “todo mundo pode receber uma notícia falsa, então estamos todos passíveis de receber esse conteúdo e transmitir para outra pessoa”.

Dicas para identificar fake news

E a melhor forma de não passar essas mentiras adiante é tomar alguns cuidados antes de compartilhar alguma coisa. Por isso, Ilo deu cinco dicas de como identificar fake news recebidas pela internet:

1- Ao receber uma informação que não sabe a origem, antes de compartilhar, leia a notícia completa e veja no Google se mais veículos também publicaram. “Se você nunca ouviu falar naquele site, isso já acende um sinal de alerta, se nenhum outro site deu aquela notícia, isso é outro sinal de alerta, então não compartilhe aquela mensagem”, aconselha o pesquisador;

2- Fique atento à origem de mensagens recebidas pelo Whatsapp: mensagens que foram encaminhadas várias vezes, passando de uma pessoa para a outra a ponto de não ser possível identificar de onde vieram, deverão aparecer com duas setinhas de encaminhamento. O aplicativo também está sendo atualizado para incluir uma lupa ao lado dessas mensagens, para que seja possível clicar e pesquisar a informação no Google;

3- Quando receber áudio ou vídeo, pergunte para quem enviou se a pessoa que gravou aquele conteúdo é alguém que ele conhece. Se não for, digite o resumo da informação do vídeo ou áudio no Google. Se for uma notícia falsa, provavelmente as agências de checagem e jornais já terão identificado;

4-  Notícias falsas geralmente usam usam a estratégia de causar espanto ou indignação. Elas misturam um pouco de informação verdadeira, para dar a impressão de que é tudo verdade, mas criam uma grande mentira;

5- Algumas agências de verificação de fatos disponibilizam atendimento automático pelo Whatsapp e Facebook que dão opções como pesquisar fatos ou ver os últimos boatos identificados e desmentidos.

Os sites que verificam as informações mais compartilhadas na internet para identificar se elas são falsas vêm fazendo um bom trabalho.  “O Brasil é uma referência em agências de verificação de fatos e tem excelentes agências fazendo esse trabalho”, comenta Ilo Aguiar. Entre essas agências estão Aos FatosAgência LupaFato ou Fake e o Projeto Comprova.

O pesquisador também alerta para o perigo que as fake news representa. Ele diz que espalhar notícias falsas pode parecer inofensivo, mas pode causar grandes males: “aquela mensagem tem uma finalidade, seja política, seja econômica. Tem alguém que está se beneficiando daquilo e vai ter alguém que vai se prejudicar com aquilo”. Ele relembra casos de pessoas que que adoeceram e outras que chegaram a ser mortas por causa de boatos espalhados pela internet.