Território que pulsa arte e tradição, o Cariri cearense é um dos principais expoentes da cultura brasileira e também berço de uma rica diversidade natural. O lugar é representado por nomes importantes como Espedito Seleiro, Patativa do Assaré, Sérvulo Esmeraldo, Telma Saraiva, Raimundo Aniceto e Padre Cícero Romão – personalidades que levam a cultura cearense para o mundo.
Outros destaques da região são as manifestações populares com seus mestres e brincantes como reisado, lapinha, quadrilhas, maculelê, assim como artesanato que enche de colorido as casas de quem por ali passa, levados pela devoção ao Padim.
Para quem pensa em conhecer o Cariri, o lugar conta com uma grande variedade que atende a todos os gostos. Cafés, museus, centros de artesanatos, teatros, praças, igrejas, feiras, trilhas, cachoeiras e sítios arqueológicos.
Confira a lista com pontos grandiosos em cultura e beleza:
Horto do Padre Cícero
Inaugurado em novembro de 1969, no alto da Serra do Catolé – ou Colina do Horto -, o monumento em homenagem ao Padre Cícero Romão Batista tem 27 metros de altura e se constitui na terceira maior do mundo em concreto. De um lado fica o Museu Vivo e, do outro, um enorme quadro da ceia larga com 17x4m. A alguns metros está sendo construída a Igreja de Bom Jesus do Horto. A estimativa é de que 2,5 milhões de pessoas visitam o monumento por ano.
Mestre Noza
Em 1983, em homenagem àquele que inspirou tantos artistas da região, foi inaugurado o Centro de Cultura Popular Mestre Noza. A sede era um antigo prédio da Polícia Militar, que foi recuperado e reformado por iniciativa do então secretário municipal da Cultura, Abraão Batista. Hoje abriga trabalhos de mais de 100 artistas e artesãos do Cariri, são milhares de obras expostas e alguns dos artistas produzem no próprio local. Além de espaço de comercialização, também é um centro de apoio aos associados.
Lira Nordestina
Situada na cidade de Juazeiro do Norte, a Lira Nordestina é uma editora brasileira especializada na produção de literatura de cordel. Em 1926, o romeiro alagoano José Bernardo da Silva se dirigiu para Juazeiro do Norte e, após pedir a bênção a Padre Cícero, iniciou suas atividades como folheteiro, como eram conhecidos os vendedores de cordel. No ano de 1932, comprou as primeiras máquinas tipográficas e lançou a Tipografia Silva, mudando o seu nome posteriormente para Tipografia São Francisco. Nos anos 50, a Tipografia São Francisco se tornou a editora de cordel mais importante do Brasil. Atualmente a editora está sob os cuidados da Universidade Regional do Cariri (URCA).
Bairro João Cabral
Pode-se dizer que o bairro João Cabral é um celeiro da cultura popular, berço de tradições culturais tradicionais, além de casa de Mestres da Cultura Tradicional Popular. No bairro, pode-se encontrar as mais diversas manifestações populares como reisado, guerreiro, banda cabaçal, maneiro-pau, bacamarte, lapinha e outras práticas sociais que possibilitam novas experiências que tiram crianças e jovens da rua. É o bairro mais populoso de Juazeiro do Norte, cidade com a terceira maior população urbana do Ceará.
Museu Casa do Mestre Nena
Francisco Gomes Novaes, mais conhecido como Mestre Nena, ganhou a alcunha de mestre pelo reconhecimento da sua importância para a cultura e com a transformação de sua casa em um dos museus orgânicos do Cariri. A frente do Grupo Bacamarteiros da Paz há mais de dez anos, ele já tem mais de cinquenta dedicados à agricultura e à cultura, bandeiras que sempre fez questão de levantar.
Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio em Barbalha
Em 2015, a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio em Barbalha, manifestação cultural do Ceará, foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro e inscrita no Livro de Registro das Celebrações, pelo IPHAN. Trata-se de uma grande celebração que acompanha a versão local do costume de erguer, em frente à Igreja Matriz da cidade, um tronco de grande porte para receber a bandeira do santo padroeiro da cidade. A data central da festa é o domingo mais próximo de 31 de maio, dia do carregamento e hasteamento do pau da bandeira.
Quilombo Dos Souza – Chapada Do Araripe
O Quilombo dos Souza é uma comunidade localizada na zona rural do município de porteira no Cariri cearense. Foi o terceiro quilombo do Ceará a receber o reconhecimento pela Fundação Cultural Palmares. É integrado por descendentes de um bisavô cuja história ajudou a definir o que são comunidades negras e quilombolas. Raimundo Valentim de Souza fugiu do trabalho escravo nos engenhos pernambucanos e encontrou a liberdade na Chapada do Araripe. Lá, constituiu família e transmitiu saberes que as bisnetas reproduzem hoje na comunidade que leva seu sobrenome, o Quilombo Dos Souza.
Cachoeira De Missão Velha
Localizado no Sítio Cachoeira, a 3km do Município de Missão Velha, este geossítio caracteriza-se por quedas d’água, com aproximadamente 12 metros de altura, formadas pelo Rio Salgado. A beleza do Geossítio Cachoeira de Missão Velha é relacionada ao contexto da escassez da água no Sertão, pois lá era um dos poucos lugares onde se podia encontrar água durante todo o ano. Como marco de grande beleza paisagística, o Geossítio costuma chamar atenção de quem passa por este ponto, e é motivo de várias lendas e estórias de encantamentos e mortes.
Museus Orgânicos
Parceria do Sesc Ceará com a Fundação Casa Grande, o projeto ressignifica a casa dos Mestres da Cultura, transformando-as em lugares de memória afetiva com possibilidade de visitação e movimento do turismo local. Nessas moradas, encontram-se objetos pessoais, fotografias, vestimentas, instrumentos e tudo que marca o dia a dia e consolida as manifestações tradicionais são algumas das características que denotam os espaços chamados de Museus Orgânicos dos Mestres de Cultura Tradicional do Cariri. Atualmente, existem sete museus de uma rede que irá inaugurar um total de 17. Entre eles: Museu Casa do Mestre Antônio Luis; Museu Oficina do Mestre Françuili; Museu Casa do Mestre Nena; Museu do Ciclo do Couro – Mestre Espedito Seleiro; Museu Casa Oficina de Dona Dinha; Museu Casa do Mestre Raimundo Aniceto e Museu Casa Mestra Zulene Galdino.
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