Construir, consertar ou criar algo com as próprias mãos: essa é a ideia central que permeia a cultura maker e que vem ganhando bastante espaço no cenário educacional. Diante do modelo tradicional de ensino, a proposta maker está revolucionando o ambiente escolar ao buscar inovação e novas possibilidades de aprendizagem.
De acordo com o professor de cultura maker da Escola Educar Sesc 2 (em Fortaleza), Leandro Martins, essa metodologia prioriza o engajamento dos alunos e os coloca como protagonistas nos processos criativos. “A gente parte do princípio de que o aluno pode criar, então, é uma cultura que vai cobrar uma postura que saia da passividade. No ensino convencional, o aluno recebe o conteúdo, anota e guarda. Aqui, a gente vai para a parte prática, na qual ele vai colocar em prática esse conhecimento, criando algo”, aponta.
Dessa forma, a metodologia maker é feita para ultrapassar os muros das escolas. “Eu vou dar o pontapé inicial, mas não posso medir o limite da capacidade das ideias desse aluno”, cita Leandro. Dentro dessa perspectiva construtivista e propositiva, o professor deixa o papel autoritário e assume uma condição de tutor. Esse modelo faz parte da proposta de Educação do Sesc em todo o País, em que os professores são mediadores do processo de ensino e aprendizagem.
“Nós queremos promover uma autonomia intelectual dos nossos alunos a partir da liberdade de pensar. Então, não vai ser mais o professor fazendo atividade, eu passo a ser orientador, e o aluno vai escolher diante de várias opções, buscando soluções para adaptar ao que ele está propondo”, explica.
Ao mesmo tempo que aprendem fazendo, segundo o professor, os estudantes também desenvolvem a interdisciplinaridade. Por exemplo, na Escola Educar Sesc 2, os alunos vão produzir o próprio cordel manualmente, em uma máquina de xilogravura, entendendo o processo e o conhecimento literário como um todo.
Outro fator que torna a cultura maker um diferencial nas escolas é o incentivo à formação de senso crítico nos estudantes, assim como desenvolvimento de argumentos e comunicação. “Se o aluno está criando um protótipo, ele precisa ter argumentação para comunicar à sociedade o motivo daquela construção”. Além disso, é uma proposta inovadora, voltada para a empatia, já que o aluno não vai trabalhar de forma isolada. A pretensão é que os projetos sejam compartilhados e construídos em grupos.
Com um modelo de Educação que visa educar para a vida, o Sesc trabalha com a cultura maker buscando despertar nos alunos habilidades e competências que irão contribuir na formação cidadã, como liderança, proatividade, empatia e condições técnicas para lidar também com a tecnologia.
Saiba mais sobre a metodologia de ensino do Sesc Ceará no Podcast Mundo Fecomércio.
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