Uma obra como esta se justifica pelo fato de o pentecostalismo ser o fenômeno religioso que tem causado impacto no cristianismo mundial. Embora, adianto ao leitor, o conceito de pentecostalismo desta obra não seja aquele que traça sua origem em 1º de janeiro de 1901, na Escola Bíblica Betel , em Topeka (Kansas, EUA), de Charles Fox Parham, quando Agnes Ozman falou em línguas. É certo que, a partir de então, o falar em línguas foi acentuado como a evidência do batismo no Espírito Santo. O fenômeno pentecostal (especialmente as línguas, profecia, curas, sinais e maravilhas) ocorre no mundo desde o Dia de Pentecostes em Jerusalém. Ele nunca desapareceu completamente da igreja desde o primeiro século da era cristã. Inúmeras ondas de despertamento, que se seguiram ao avivamento do primeiro século, têm sido pontuadas pela profecia, juntamente com milagres, sinais e maravilhas, e outras evidências do que agora é amplamente chamado “pentecostalismo”. Derramamento do Espírito Santo ocorreu em várias partes do mundo. Notavelmente nos Estados Unidos, Europa Ocidental, África, Inglaterra, Finlândia, Rússia, Índia e América Latina. Na verdade, o cristianismo tem experimentado frequentes períodos de avivamento. Os grupos de pessoas envolvidas têm sofrido oposição e marginalização das forças eclesiásticas, resistentes a qualquer tipo de entusiasmo espiritual que represente a aceitação do pentecostalismo.  A novidade do século 20 foi foi o crescimento espetacular do pentecostalismo e seu impacto sobre o imenso mundo cristão, experimentando um aumento fenomenal e emergente, a ponto de ser chamado “Movimento Pentecostal”. Considerado por todos os estudiosos do assunto como o moderno movimento do Espírito Santo.

Isael de Araujo

[Araujo, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal.1ª. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2007. Prefácio, p. XII.]

Há dois anos, examinando a seção de religiões de uma das filiais da livraria Siciliano, aqui em Fortaleza, deparei-me com um livro que logo me despertou o interesse. De imediato, peguei-o e me pus a folheá-lo. O interesse crescia à medida que avançava mais ou menos aleatoriamente por suas páginas. Entretanto, após alguns minutos, como já tivesse comprado outros livros naquele dia, decidi não leva-lo. Ocorre que, nos dias seguintes, o alentado volume não me saía da cabeça. Uma semana depois lá estava eu de volta à livraria, com o intuito de adquirir o Dicionário do Movimento Pentecostal.

Chegando em casa, arranjei para ele num lugar em uma prateleira e lá deixei-o. Pois bem, esta semana resolvi folheá-lo página por página. Mas o fato é que não tenho me limitado a isso. Tenho me detido em alguns verbetes, cuja leitura tem me proporcionado tanto um cabedal de novas informações quanto imenso deleite. Foi assim com um dos mais extensos, o verbete Assembléias de Deus, em que o autor, Isael Araujo, discorre em profundidade e com minúcias sobre a história desta denominação religiosa. Também a leitura de algumas biografias de figuras proeminentes do pentecostalismo, tanto brasileiro quanto de outras nacionalidades, tem me proporcionado imenso prazer.

O autor do dicionário, Isael Araujo, desde 1980 é funcionário de carreira da CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus -,

Isael de Araujo

editora responsável pelas publicação das obras de interesse desta denominação religiosa no Brasil, bem como da CGADB – Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, onde também ocupou diversos cargos. Com maestria, Isael escreve sobre uma grande diversidade de temas ao longo das 944 páginas do dicionário. Como ele próprio informa, os mais de mil verbetes cobrem cinco grandes áreas do pentecostalismo: 1) pessoas no Brasil; 2) pessoas do exterior; 3) igrejas e denominações; 4) instituições e 5) temas.

De minha parte, só me resta enaltecer a iniciativa de Isael Araujo, por proporcionar aos estudiosos brasileiros e aos pesquisadores da área de história das religiões a oportunidade de dispor de uma obra que, não hesito em dizê-lo, está fadada a se tornar referência no estudo dessa tendência religiosa que se convencionou chamar pentecostalismo ou movimento pentecostal. Auguro ao autor os melhores votos de que, conforme seu desejo expresso no final da obra, o Dicionário do Movimento Pentecostal cresça ao longo dos anos, enriquecendo-se com novas colaborações e acréscimos, de forma a consolidar seu destino de obra de referência.

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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