Jesus não só se revela como um homem livre em seu modo de ser e agir, mas, ao mesmo tempo, assume uma atitude libertadora em relação às pessoas com as quais entra em contato. Ele é fautor de liberdade, tornando as pessoas livres. Liberta, antes de mais nada, de uma concepção mistificadora e deturpada de Deus. A religião muitas vezes foi usada como garantia de relações sociais injustas e para defender interesses de grupos. A visão religiosa servia para justificar privilégios. Nada oprime mais do que um deus opressor. Jesus vem libertar de um deus imaginário construído pela mão do ser humano e revelar a verdadeira face amorosa de Deus. A ternura divina revelada no agir de Jesus liberta de todos os temores que se possa ter em relação a Deus. As curas milagrosas de doentes, as refeições com publicanos e pecadores, a acolhida de prostitutas são expressões da ternura que libertam das condenações e discriminações fundadas na religião.
[Junges, José Roque. A Ética de Jesus e os Cristãos. In: Aquino, Marcelo Fernandes de (organização de). Jesus de Nazaré, profeta da liberdade e da esperança. – São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 1999, p. 227.]