“… Se todos os cristãos conhecessem bem a Nosso Senhor Jesus Cristo, é certo que não haveria um só sem fervor e sem zelo. Eis porque às 33 meditações contidas neste livro está confiada uma grande missão de amor e apostolado. Elas servirão de guia no estudo e contemplação da bondade inesgotável do Coração Adorabilíssimo de Jesus. Quem é que, conhecendo-O, não há de amá-Lo? E, amando-o, quem que não há de procurar servi-Lo com a maior perfeição possível?
Cardeal Dom Sebastião Leme
[Madre Maria José de Jesus. O Coração Divino: 33 meditações sobre a Ladainha do Sagrado Coração de Jesus. São Paulo: Cultor de Livros, 2022. – De uma carta do Exmo. E Revmo. Sr. Arcebispo D. Sebastião Leme, p. 11]
A minha devoção ao Sagrado Coração de Jesus começou de forma bem peculiar. Voltando do trabalho, eu e Naza, minha esposa, paramos na Padaria Romana da Avenida 13 de maio para comprar pão para o jantar. Estacionei o carro ao lado e entramos na padaria. Ao retornar, reparei numa imagem do Sagrado Coração de Jesus no pé da parede do estacionamento. Aproximei-me e verifiquei que a imagem estava quebrada. Alguns pedaços se encontravam ao lado. Era o mês de maio e, naquele dia, chovera bastante. A imagem estava molhada e um pouco suja de areia.
Ao olhar para aquela imagem não sei descrever exatamente o que senti naquele momento. Mas tudo o que posso dizer é que me vi tocado por um sentimento tão avassalador de compaixão e ternura pelo Sagrado Coração de Jesus, que me foi impossível seguir indiferente. Eu não poderia deixar aquela imagem ali, abandonada, ao relento, molhada e suja de areia.
Lembrei que tinha um saco no porta-luvas do carro. Peguei o saco, juntei com toda delicadeza os pedaços da imagem, acondicionei no saco e pus no banco do carro.
Ao chegar em casa, tive uma ideia. Guardaria a imagem e, depois, mandaria colocá-la numa moldura de forma que ela permanecesse tal qual a encontrei. Não mandaria reconstituí-la. Seria uma forma de lembrar sempre que o meu encontro com o Sagrado Coração de Jesus se dera por meio de uma imagem despedaçada. Talvez esse encontro se tenha dado por meio de uma metáfora expressa de forma muito concreta. Eu teria muito o que explorar com relação a essa metáfora. Disso falarei em outros textos que publicarei na sequência.