Meu palpite sobre uma fácil vitória de Renan Barão no UFC 173 foi por água abaixo logo no primeiro round, quando o adversário conseguiu aplicar um knockdown. TJ Dillashaw mostrou que mapeou cada passo do potiguar dentro do octógono. Durante os cinco rounds, o norte-americano sempre se mostrou dois passos à frente do brasileiro.
Barão, um atleta explosivo e de golpes variáveis, se tornou pela primeira vez na carreira presa fácil para um adversário. O potiguar parecia atordoado a cada round que passava, e não sabia qual estratégia seguir. Porém, senti falta do Renan “pegador”, que não costuma dar espaço, mantem à distância facilmente e derruba quando aperta em cima.
Antes do duelo contra Dillashaw, assisti novamente à luta do brasileiro contra Michael McDonald – naquele confronto, realizado em fevereiro de 2013, Barão mostrou todo seu poder de grappling com ótimas quedas. Diante de TJ, o potiguar sequer tentou derrubar o adversário.
Porém, se Renan lutou dessa forma foi porque TJ impôs um jogo feroz. Com movimentação intensa de pernas, Dillashaw sumia da frente de Barão e o golpeava com contundência. Além de mapear a performance do potiguar, Dillashaw subiu ao octógono com sequencias de socos e chutes afiadas – em uma delas, ele abriu o caminho para o nocaute.
Depois de bater na trave algumas vezes com Urijah Faber (contra Barão) e Chad Mendes (José Aldo), a Team Alpha Male conseguiu finalmente tirar um cinturão da Nova União. Agora, o Brasil possui apenas um cinturão no Ultimate: o do peso-pena de José Aldo.
Alpha Male e Nova União estarão frente a frente outra vez no dia 2 de agosto, quando será realizada a revanche entre Aldo e Chad Mendes pelo cinturão da categoria até 66 kg.
Apesar do amplo domínio do americano, acredito que Barão irá reconquistar o cinturão em breve. Ele venceu adversários duríssimos no UFC e tem um cartel impressionante.
Acredito até que o próprio Michael Mcdonald seja superior ao novo campeão. De qualquer forma, foi uma atuação impecável de TJ Dillashaw.
O MMA brasileiro precisa de renovação, de sangue novo. Temos Aldo, Barão e mais alguns atletas com grande potencial, mas a maioria dos nossos atletas é composta por lutadores veteranos, com idade bem avançada (e alguns já sem condições de lutar no UFC).