Pouco conhecido por boa parte do público brasileiro, Django Reinhardt é um guitarrista lendário nascido na Bélgica que este completaria 100 anos. Falecido em 1953, Django é uma referência no que se chama jazz manouche ou jazz cigano. Tendo suas melodias e estilo como referência, o quinteto francês Selmer # 607 se formou há dois anos como um projeto paralelo dos músicos Ghali Hadefi, David Gastine, Adrien Moignard, Sébastien Giniaux, Richard Menetti (que precisou ser substituído por que quebrou o braço) e Jérémie Arranger. Se apresentando pela primeira vez no Brasil, o Selmer # 607 (foto de Beto Figueiroa/Usefoto) impressionou pela intimidade que demonstram com seus instrumentos na noite do sábado, na Igreja da Sé de Olinda, na noite do sábado durante a VII Mostra internacional de Música em Olinda. O formato do show é bem curioso: um baixo acústico e dois violões fazem a base enquanto os demais músicos se revezam no terceiro violão da marca Selmer, daí o nome do grupo. O 607 é o número de série. Formado por músicos jovens, eles apresentaram um repertório basicamente desconhecido e pouco falaram com a plateia, em alguns momentos, beirando o descaso. Pouco importa. Bastou presentear a plateia com Wave, de Tom Jobim, que todos foram abaixo em palmas e cantando junto. Outra conhecida, mas que demorou pra ser reconhecida, foi Heal the world, de Michael Jackson. Um super destaque da noite foi a belíssima apresentação de I’ll see you in my dreams, de Isham Jones e Gus Khan, que ganhou um toque caixinha de música com Sébastien tencionando bem as cordas. Mestres que são em improviso, não poderiam fazer um final mais apoteótico. Uma corrida de revezamento, com todos se variando em todos os instrumentos enquanto tocam Brasileirinho.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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