Somos capazes de recuperar pessoas em seus  dias de limitações,  a psicologia e a antropologia foram esquecidas, filosofias e ciências foram trocadas por metas, mesmo assistindo nossos alunos falarem e escreverem  em sua ou não consciência , nos fazendo engolir esse osso, que um dia li “oço” em prova de um universitário, ainda assim, em muitas madrugadas me julguei por buscar no dicionário, a certeza de estar certo ou errado. Outro dia em rede social, conversando com uma grande mulher brasileira e admirada por mim, Eloisa Helena, no twitter  expressei a felicidade  de estar nos dias dos pais, com meu “paisão”, trocando “S” por “Z”, será a pressa ou    uma nova maneira de expressar sentimentos  e assim, errei.  Será que a frase por estar  diante de uma expressão política, me faz menor? Por onde anda nosso português? Mas principalmente o melhor do ser humano? Em cachoeiras ou em verdades? Jogadas debaixo dos tapetes.

Nossa população  humilde, já assiste em 3D, se aprofunda em  novelas, muitas vezes sem ser capaz de escrever o próprio nome, muito menos interpretar um texto, ou mesmo o que está vivendo de si, contando sua própria história. A fisioterapia também vive nos tempos atuais da mesma forma, sua fragilidade de alcançar o tal caminho ao sol, fazem desses profissionais reféns, surgindo assim novos nichos de mercado, dos que podem e tem visão de criar atitudes e ações em benefícios próprios, levando os colegas a pensarem em futuro próximo, recheado de sucesso.  Devíamos vestir e agir com nossas  próprias armas, infelizmente não é possível, os olhares não conseguem atingir a visão, seja o real ou irreal, nos tornando terras de cego.

Recebi por esses dias em minha clínica um ex-aluno e fui indagado de forma direta: “Com muito sacrifício, paguei um curso caro de reeducação postural global, com o criador da técnica,  agora terei que pagar para fortalecer o próprio criador ou algum colega que quer ganhar dinheiro em cima da nossa  classe profissional muito sacrificada”, ele falava dos fisioterapeutas.

Profissionais indispensáveis em  uma sociedade constituída de pessoas ativas, trabalhadoras e cheias de stress, tudo muda muito rápido e todos sofrem ao mesmo tempo, envelhecem e  a grande maioria dos nossos colegas não entendem ou não querem  entender tamanho espaço a conquistar, não é por não querer, apenas consequência de uma formação capaz de construir uma realidade confusa e subserviente, apenas poucos superam e alcançam o  sucesso sustentável. Ganhar dinheiro não pode ser visto como um erro e sim acerto, precisamos nos motivar a crescer, construir patrimônio, sermos seres capazes de viver coerentemente a nossas expectativas.

Por que colegas com visão financeira e vestimentas cheias de perspectivas se favorecem? Não tenho a menor dúvida, todos conhecem um ditado popular: “ Em terra de cego quem tem um olho é rei”, não faço crítica, não julgo atitudes, mas é hora de refletir sobre os caminhos  tomados, quais nossas realizações? Quais os objetivos reais? Continuaremos subservientes? A sociedade necessita do nosso digno trabalho? Não saberei responder tais perguntas, são no mínimo individuais, tenho apenas a certeza, seja com o sucesso ou insucesso alguém vai tirar proveito disso, antes apenas médicos e hoje alguns próprios fisioterapeutas, faz  parte do processo e eles não estão errados.

Inspirado hoje em ditados populares,  menciono outro que muito ouvi no interior do Ceará, de uma gente do meu sertão: “Quem não pode com pote, não pegue na rodilha” e quem puder ou queira ser carregado como pote, que pague. Não pode ser condenado e nem mesmo criticado, isso apenas demonstra a que ponto chegamos na Fisioterapia.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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