Em 2017, o Governo de Moçambique anunciou que o ensino primário usará as 16 línguas nacionais, ao lado do português. Foto: natanaelginting/Freepik

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano de Moçambique, cerca de 90% das crianças do país começam a frequentar a escola sem saber falar o português, uma realidade que dificulta o processo de ensino e aprendizagem. As informações foram repassadas na última quarta-feira (11) pela ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Conceita Sortone, durante o Fórum Nacional Bilíngue.

Em entrevista ao jornal O País, a ministra disse acreditar que esse índice pode ser uma das razões dos maus resultados obtidos pelas escolas de ensino primário. Na visão dela, a solução pode ser proporcionar o ensino bilíngue às crianças. “Um olhar atento sobre as nossas estatísticas permite perceber, claramente, o quanto os nossos concidadãos não podem usufruir dos serviços de saúde, de justiça e acesso à informação porque não conseguem permanecer no sistema de ensino por não saberem falar a língua portuguesa”, afirmou Conceita.

De acordo com a ministra, a educação bilíngue deve ser vista como uma “nova dinâmica na sala de aula a ser implementada”, um instrumento que vai facilitar o processo de ensino, principalmente nas zonas rurais. No ano passado, o Governo de Moçambique anunciou que o ensino primário usará as 16 línguas nacionais, ao lado do português, para facilitar o ensino.

Na prática, o novo modelo determina que cada escola lecione na língua nativa mais utiliza na comunidade em que está inserida, em paralelo ao português. Vários estudos têm apontado o desconhecimento do idioma por parte das crianças como uma barreira para a assimilação dos conteúdos, tendo em vista que grande parte delas não têm a língua portuguesa como língua materna.

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Elves Rabelo

Jornalista, pós-graduado em Assessoria de Comunicação e, atualmente, atua em Comunicação Institucional. . Sugestões de pauta: elvesarabelo@gmail.com

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