Música

(Foto: Free-Photos/Pixabay)

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de economia criativa representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do País

A indústria da música vem passando por transformações devido ao avanço da tecnologia. As gravadoras, que antes dominavam esse mercado, faziam a produção e venda industrial de discos, se viram ameaçadas pelo streaming que, atualmente, é a condição de venda de música, se não o objeto mais elaborado. Essa remodelação no mercado passou a favorecer artistas que passaram a gerenciar a própria carreira e depender cada vez menos das gravadoras.

Com mais espaço para o empreendedorismo nesse ramo, Glauber Uchoa*, especialista em Economia Criativa pelo centro tecnológico Barcelona Media, explica que o primeiro passo é estudar sobre o negócio que se está entrando. Entender se ele é uma indústria, um negócio de pequena escala ou um negócio feito direto com o consumidor. “A pessoa tem que saber exatamente como funciona o mercado que ele vai atuar porque existem diferenças grandes entre artistas de música popular, que tem suporte de gravadora, e artistas de festa de final de semana ou de casamento”. O especialista afirma que tudo isso se encaixa como mercado, mas de forma distinta e funcionamentos diferentes.

O segundo passo para empreender com música é entender como fazer a oferta do produto e do serviço para esse mercado. Glauber pontua que o gestor precisa saber se ele tem isso formatado, se ele possui conhecimento para fazer a oferta ou se alguém que fará a gestão por ele. “Um músico normalmente tem um administrador de carreira, então, saber fazer essa oferta é importante. Ele deve entender a responsabilidade do negócio. O último passo é fazer essa conexão com quem contrata.”

Mercado
Glauber observa que, nos últimos anos, a música não perdeu sua importância, ela apenas mudou a plataforma de distribuição. “Fruir música é um dos aspectos de lazer mais fácil de chegar às pessoas. O consumo e demanda continuam altos. O que houve foi uma adaptação para os novos tempos”. Segundo ele, o artista tem mais contato com o público, o que facilita a maneira de administrar a carreira já que ele está mais independente. O especialista ressalta que houve a época de crise da indústria, porém, era a crise de um modelo econômico que acabou sendo suplantado pelo avanço tecnológico. “Hoje, o mercado já se estabeleceu e os shows continuam sendo à base do trabalho do artista.”

Ter um CNPJ é fundamental para se relacionar com empresas e com o mercado. Glauber indica não ter medo de abrir um CNPJ, fazer a gestão, entender como se é tributado ou fazer uma nota fiscal e assinar contratos. “É uma missão para quem vai empreender. Se a pessoa não tem esse talento, ela deve se associar a alguém que faça isso por ela. Alguns dizem “sou apenas músico”, mas para ele sobreviver no mercado, alguém precisa fazer essa parte de gestão.”

Público alvo
Como o público chega ao artista por meio das redes sociais, logo realizar uma gestão básica do perfil público é o fundamental para saber quem é seu público, de acordo com Uchoa.

Para não errar, Glauber aconselha conhecer seu mercado. Ele fala da importância de entender como estabelecer uma rede de relacionamentos que possa favorecer o trabalho. Outro ponto apontado pelo especialista é buscar saber como as tendências funcionam. “Entender o mercado ajuda para relacionar-se com o público alvo, lançar músicas ou criar um modelo de negócio que seja bancado pelo seu público”. De acordo com ele, há artista que fazem crowdfunding para entregar as músicas ou crowdfunding para shows. Saber se posicionar em meio a essas tendências e não ter medo de fazer a gestão da própria carreira são outras dicas dadas pelo especialista.

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*Glauber Uchoa, analista técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae/CE)