O Ministério Público Federal [MPF-CE] pediu a abertura de inquérito policial, com a participação de agentes da Polícia Federal, para investigar o “vazamento de informação sigilosa em operações policiais no Ceará”.
Segundo divulgou o relise da Assessoria de Comunicação do MPF-CE, o procurador da República, Oscar Costa Filho, disse que “a presença de indícios ao acesso de informações privilegiadas por um único veículo de comunicação é o motivo determinante da medida adotada pelo MPF”.
Na verdade “o único veículo de comunicação” a que se refere o procurador é O POVO, que ao noticiar a “Operação Luxo”, que levou à prisão os empresários Elisa Gradvohl; o marido dela Gil Bezerra, e o filho do casal, Robert Gil Bezerra Gradvohl, foi, ontem, o único jornal a divulgar o nome dos suspeitos.
Os presos são proprietários do estaleiro Inace [Indústria Naval do Ceará] e do hotel Marina Park, sendo que apenas a primeira empresa está sendo investigada. Também foi preso o empresário José Antônio do Carmo, sócio da empresa Marimar, também do ramo da construção naval. Veja a matéria aqui.
O jornalista Demtiri Túlio, um dos repórteres que assinaram a matéria indicada acima, diz que não será a primeira vez que ele será chamado à Polícia Federal para responder a perguntas a respeito de suas fontes.
Ele lembra que quando investigou o contrabando de lagostas “miúdas” [abaixo do tamanho permitido para a pesca] – um caso em que também aparecia o nome de Elisa Gradvohl, ele também foi chamado à Polícia Federal. [Aqui]
“O delegado insistiu bastante para que eu revelasse as fontes, mas lhe disse que eu tinha o direito constitucional de preservá-las”, diz o repórter.
Sob mais pressão, Demitri disse que se seguiu um diálogo mais ou menos assim:
– “Não digo as fontes nem sob tortura”.
– “O que é isso?”, exclamou o delegado, à guisa de crítica.
– “Não estou dizendo o sr. vá fazer isso, mas para deixar claro que não vou revelar as fontes em nenhuma hipóstese”, respondeu Demitri.
De fato, jornalistas têm o direito constitucional de manter o sigilo sobre quem lhe repassa informações.
A Polícia Federal pode buscar identificar – sem a ajuda do repórter, como vocês podem ver – quem vazou informações confidenciais e aplicar as punições prevista em lei para o funcionário público, pois cabe a este manter sigilo sobre as informações sob seus cuidados – e não ao jornalista.
O jornal tem o direito e – dependendo do caso -, o dever, de divulgar informações, ainda que sob sigilo legal, se julgar que são de interesse público.
Que beleza! Um jornalista escondendo a identidade de um criminoso. Pra mim, alguém que protege bandido, é bandido também! Incomodei alguém? Sinal de que a frase serviu como uma luva.
Parabéns pela reportagem
Thiago, acho que você não entendeu, o que o OPovo fez foi divulgar o nome dos criminosos, que por ser grandes empresários de influência no estado, devem ter comprado outros jornais(leia-se os jornais do Tasso) para não divulgar seus nomes.
Como no caso dos pneus roubados da Base Aérea de Fortaleza; Como no caso do envolvimento do Padre Cheregato, capelão da BAF e incensado pelo “High Society” fortalezense com o desvio de dinheiro da capela e, o que é pior, com o assassinato de dois soldados e agora nesse episódio, o jornal O POVO foi o único a noticiar esses atos criminosos. É por isso que é o jornal de maior credibilidade junto aos leitores que ainda são capazes de se indignar.
Parabéns!!!!!!!!
..Parabéns!!
…Vcs q. fazem este Grande VEÍCULO de comunicação. Sempre escutei de meus antepassados de q. o JORNAL O POVO..tem esta
tradição de ser um JORNAL SÉRIO..e continúa
a CUMPRIR com este compromisso em relação
a nós Cearenses.
finalmente podemos ver o quanto a impressa cearense é séria visto o acontecimento de tal grandeza e o quanto temos para descobrir num caso como este.
Essa reportagem foi muito boa!!!
Demitri realmente não diga a fonte nem sobre tortura, e nem a pau.
Nós dos RastreadoreS de Impurezas saudamos o jornal O Povo por fazer seu papel de informar. Que a censura e o dinheiro nunca calem os jornalista que trabalham nesta casa que conquistou seu respeito durante anos. Parabéns pela matéria. Há progresso, há evolução. Estão querendo acobertar o crime de milhões dos velhinhos de luxo nas costas de um veículo de comunicação, apenas porque fez seu dever de casa. Parabéns Demitri e o jornal pela publicação. Lavou a alma deste Blogueiro e de milhares de cearenses lesados pelo crime de alguns. Vou até renovar minha assinatura do Jornal amanhã. Abraços e continuem sem medo de informar.
Porque os donos da Nossa Casa, também envolvida na Operação Bucho, não foram detidos como os adas outras empresas? A resposta é simples: já dispunham de habeas corpus preventivo prontinho. Pelo visto a informação vazou, e não foi só para O Povo
Plínio, por gentileza, qual foi o cidadão que encaminhou as perguntas que constam no blog da Petrobras? (http://petrobrasfatosedados.wordpress.com/2009/07/03/operacao-luxo-petrobras-responde-ao-jornal-o-povo/#comments)
É de doer que ele tenha seguido o rito da imprensa fluminense/paulistana/candanga, repetindo perguntas que Petrobras não tinha razão para responder.
Bola mucha.
Feliz cada novo dia…
Mas, Plínio, o que é perguntado, repetidamente, não “impõe” a Petrobras o dever de responder, pelo fato repetidamente argumentado pela Cia., de que aguarda um posicionamento da justiça.
Eu penso que se poderia elaborar perguntas que não dessem a ela essa oportunidade, que, reconheça-se, é legítima.
A enquete foi debalde, na minha opinião.
Feliz cada novo dia…
Prezado Plínio, gostaria de saber sua opinião quanto ao comportamento de jornalista que, sabendo de uma ação criminosa, através de um furo jornalístico, deixe de informar as autoridades policiais. Quem não denuncia um crime, estará sendo responsabilizado por omissão.
O motivo de não poderem ser divulgados os nomes dos que estão presos, que não são BANDIDOS, como as pessoas que não sabem de nada disseram, é porque eles apreenderam estes empresários sem nada a comprovar, ou seja, já há indícios de que a tal “Operação Luxo” é uma grande trapalhada do poder judiciario. Agora, com essa falta de ética do O POVO, quem provavalmente terá que responder ao processo pelo vazamento de informações é a PF, além processos por danos morais, por ter apreendido os empresários sem nada concreto em mãos. A justiça nesse país realmente é uma “lambaça”. E as pessoas que não sabem nem o que está acontecendo, nem do que se trata a operação estão por aí divulgando informações erroneas, tomando decisões e tentando destruir a imagem de empresas honestas, tanto grandes como pequenas. É aparente a falta de treinamento da PF e da mídia.
Realmente um pena.
Ainda ha muito o que se investigar. como a ong: fundacao Terra em Arcoverde-Pe. pois sempre se viu os acusado na operacao de luxo da dpf. fazendo grandes doacoes, que pode ser uma forma de lavagem de dinheiro, mas isso cabe ao dpf investigar, e muita coisa sera encontrada!