Jair Bolsonaro continua a liderar disputa pela Presidência da República contra Fernando Haddad (Foto: Agência Brasil)

O resultado do Datafolha aponta dois cenários na reta final da campanha presidencial.

A onda bolsonarista refluiu, impactando em candidaturas no Rio e São Paulo caudatárias do desempenho do capitão reformado.

Nesses dois estados, Wilson Witzel (PSC) e João Doria (PSDB), que surfaram na tsunami, agora veem no retrovisor seus oponentes nadando a braçadas largas.

A própria performance de Bolsonaro sugere trajetória de queda em comparação a pesquisas anteriores.

A diferença entre o militar da reserva e Haddad, que já foi de 18 pontos, agora é de 12, segundo o Datafolha. O levantamento confirma quadro desenhado pelo Ibope desta quarta-feira.

O desafio do ex-prefeito de São Paulo agora é potencializar essa marola, dando-lhe corpo a 72 horas do pleito.

Para tanto, a presença de Ciro Gomes na campanha é fundamental.

O pedetista retorna amanhã a Fortaleza, onde deve se pronunciar sobre o apoio ao petista.

Em tom de brincadeira, Haddad disse nesta quinta que a Estela, sua esposa, já está com ciúme, tantas foram as manifestações do presidenciável para tentar atrair Ciro.

O ex-governador do Ceará cairá nesse encanto? Não se sabe ainda.

O fato é que Ciro, se já era crucial antes, agora torna-se determinante para as chances do adversário de Bolsonaro.

A campanha de Haddad, todavia, depende de outros elementos. Entre eles, juntar na mesma foto Marina Silva e Fernando Henrique Cardoso.

Marina recebeu menos de 1% dos votos e FHC tem influência limitada, mas são apoios simbólicos importantíssimos na reta final.

De resto, vale observar que, pela primeira vez na campanha, Bolsonaro caiu de fato, fora da margem de erro.

E caiu em muitos estratos nos quais é vitorioso. Entre os mais ricos, por exemplo, e os mais pobres.

A queda do candidato do PSL se registra num momento em que ele está exposto a críticas desde a divulgação de vídeo no qual o filho Eduardo Bolsonaro (PSL) fala em fechar o Supremo.

A piora dos números de Bolsonaro também se manifesta na esteira das reportagens da Folha de S. Paulo sobre a compra de pacotes de disparos de mensagens por empresas no WhatsApp.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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