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A profissão permanece como sinônimo de excelência e segue sendo base da indústria da moda. Especialista comenta importância do ramo

Arte que atravessa séculos de atuação, a alfaiataria continua relevante até a atualidade. Hoje, seis de setembro, é comemorado o dia do alfaiate, profissional responsável por criar roupas masculinas sob medida e de maneira artesanal. A profissão teve início na Idade Média e atravessou a Idade Moderna. Com o passar dos anos, teve que dividir espaço com as grandes indústrias. O boom de produções em larga escala fizeram as atividades artesanais começarem a perder espaço.

Em compensação, clientes que recorrem aos alfaiates obtém um produto original e sob medida. “Isso garante um resultado que não tem comparação com a produção industrial, a personalização é algo insubstituível. A roupa industrial pode ter qualidade, mas não oferece essa possibilidade”, afirma Eduardo Motta, alfaiate e consultor do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Ceará (Senac/CE).

Segundo Motta, a profissão ainda segue relevante nos dias atuais, pois permanece como referência, algo que a indústria não tem por si só, por conta do comprometimento com a produção.

A alfaiataria no mercado atual

O alfaiate é bem recebido em uma empresa porque ele é melhor com modelagem, tem valor maior no mercado pelo uso da técnica mais sofisticada, relata o consultor. “Não é mais como nos anos 50. Eles se dividiram, há os que foram para as roupa finas e os empresários alfaiates, que trabalham para indústrias”.

Sobre como a profissão se mantém em tempos de grandes marcas, Motta cita: “nós temos esse repertório de conhecimento, uma coisa de alta qualidade. Por outro lado, a indústria tem pressa. Sofremos um maltrato por parte das instituições sobre o que é a herança do alfaiate. Isso deveria ser matéria obrigatória nos cursos de moda”.

Motta tratou da arte no livro “Alfaiatarias: radiografia de um ofício incomparável”, publicado pela Editora Senac Ceará. Na publicação, o autor conta o histórico da alfaiataria, desde o século XIX e a industrialização, até os alfaiates que trabalham grandes indústrias. Além disso, o livro inclui entrevistas com vários profissionais, nacionais e internacionais, incluindo Kathryn Sargent, a primeira mulher alfaiate.

Livro Alfaiatarias: Radiografia de um ofício incomparável – Editora Senac
Onde encontrar: Livraria Senac
Endereço: Av. Tristão Gonçalves, 1245 – Centro
Mais informações: (85) 3270 5400