As freiras estão recebendo pedidos de oração pelo E-mail: carmelo.ceara@gmail.com

Religiosas Carmelitas intercedem dia e noite pela humanidade. Foto: Carmelo/Divulgação

A rotina de confinamento, que de uma hora para outra, o mundo precisou se adaptar não é novidade para as Carmelitas, religiosas que fizeram a opção de uma vida em clausura, com o mínimo de contato com o mundo exterior. Em Fortaleza, a Madre Teresinha, priora do Carmelo Santa Terezinha do Menino Jesus, conta ao Blog Ancoradouro, como  a pandemia também não passa despercebida pela comunidade religiosa reclusa.

“Mesmo na vida simples, silenciosa e escondida de uma Carmelita, a pandemia do novo coronavírus não pode passar despercebida. Nesta missão de acompanhamento orante, elevamos as mãos, a voz e o coração da manhã à noite, para pedir a Deus que fique presente na nossa vida, que não abandone seu povo, que seja um Pai misericordioso e solidário com o destino de cada um de nós”, relata a religiosa.

“Com a pandemia, a rotina do Carmelo também mudou”, revela a irmã.  “As Missas diárias e as visitas ainda estão suspensas. Participamos da Santa Missa pela TV, e procuramos estar com a mesma devoção e recolhimento para celebrar este mistério. Os pedidos e oração nos têm chegado pelos meios de comunicação e redes sociais”, completa.

A oração é uma constante na vida das Carmelitas. Foto: Carmelo/Divulgação

A sabedoria segundo a religiosa experiente na rotina de clausura é  viver um dia de cada vez. “É este o ensinamento que trazemos de nossa patrona Santa Terezinha, o ‘só tenho o hoje’. E este hoje está assim, sem missa, sem sacerdote, sem visitas, sem funcionária na portaria, sem jardineiro e sem desespero [risos]”, confessa Madre Teresinha.

As religiosas se mantém informadas sobre o que está acontecendo no mundo, filtrando as informações verdadeiras das Fake News, e tomando as medidas necessárias de proteção. “Tivemos que aprender a lidar com os aplicativos do celular para efetuar pagamentos e fazer as compras necessárias, e a vida segue como antes, com todos os afazeres domésticos, os horários comunitários, a oração e a intercessão”, conta a freira indicando a necessidade de se manter ou criar uma rotina para quem está em confinamento por conta da pandemia.

Madre Teresinha, priora do Carmelo Santa Terezinha, em Fortaleza. Foto: Carmelo/ Divulgação.

A religiosa deixa uma palavra de conforto e esperança para todos que de algum modo sofrem a dor constante da difusão deste vírus: “Temos presentes em nossa mente e em nosso coração os que faleceram e seus familiares que sofrem. Rezamos por todos os que trabalham no campo da saúde, pelos enfermos e os que estudam a cura. Por todos que sofrem as diversas dores causadas por esta pandemia”.

Madre Terezinha traz um rico ensinamento de um santo carmelita, São João da Cruz. “ Ele nos diz que não existe noite escura que não venha ao raiar de um novo dia. Inspire coisas boas para você, para seu coração. Pensamentos de esperança”, motiva a freira.

Mais sobre as Carmelitas 

A Ordem das Carmelitas como conhecemos hoje remonta ao século XVI, fruto de uma refundação empreendida por Santa Teresa de Jesus. Nestes quase cinco séculos de existência, a Congregação já passou por algumas pragas que assolaram a humanidade, como o terrível inverno de 1891 a 1892, narrado por Santa Terezinha no livro História de uma Alma.

“O bom Deus me deu força para este momento, eu me pergunto agora como pude fazer sem medo tudo o que fiz. A morte reinava por toda parte, as mais doentes eram cuidadas por aquelas que mal se arrastavam, e logo que uma irmã dava o último suspiro, éramos obrigadas a deixá-la só”, assim escreveu Teresinha.

 

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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