O sofrimento existe na vida de todos os seres humanos. É impossível passar pela vida sem ele, inclusive ele faz parte do caminho para a transcendência, para a iluminação.
Recentemente, li uma definição incrível para o sofrimento e a dor, de acordo com a nossa sociedade. Leia com atenção!
“Sofrimento é ter apego à dor. Uma coisa é a gente ter dor e sofrer com isso; outra é dizer: ‘Está doendo, mas por que vou sofrer, passar mal?’. Dor e sofrimento são coisas diferentes. Uma coisa é a gente ter dor, e outra é ter o sofrimento. Você pode ter a dor e não achar que ela é algo ruim, pode transformá-la”.
Lama Michel Rinpoche
O que o Lama está nos dizendo é muito profundo. Ele está sugerindo que deixemos fluir os nossos sentimentos. Quando os deixamos fluir, naturalmente eles se transformam. Esta é a palavra, se TRANSFORMAM.
Tudo muda o tempo todo e não canso de repetir isso. Perceba!
Se eu estou triste e aceito essa tristeza, logo ela deixará de existir e se transformará em outro sentimento.
Se estou de luto e aceito esse luto, logo ele se dissipará e será transformado em serenidade e paz.
Se eu estou doente e aceito essa doença em paz, logo ela não se manifestará e ficarei curado dela muito mais rapidamente, talvez até nem precise me entupir de remédios.
Se perdi um emprego e aceito isso, logo minha percepção e mente se clarearão e eu tomarei os passos adequados para conseguir um novo emprego, sem cometer os mesmos erros do emprego anterior.
Se terminei um relacionamento ou rompi uma grande amizade e aceito isso em paz, logo a própria vida e as situações se encarregarão de colocar outras pessoas no meu caminho e que vibrem de forma semelhante a mim, trazendo à minha vida mais alegria e companheirismo.
Tudo é questão de aceitar! Você aceita todas as circunstências da sua vida?
Para complementar essa ideia da aceitação e do fluxo da vida, compartilho algumas lindas palavras da psicóloga Flávia Melissa..
“Então vamos desmistificar uma coisinha: nada mais natural do que sentir medo. De acordo com a medicina chinesa, o medo é uma das 4 emoções básicas presentes em todos os seres humanos, assim como a alegria, a tristeza e a raiva. E estas 4 emoções ESTÃO e DEVEM estar presentes em todos nós, pois são elas que nos possibilitam reagir com rapidez e eficácia à situações cotidianas da vida.
Observe uma criança e veja como ela transita maravilhosamente bem por todas as emoções. Em um momento ela está alegre e sorridente, algo acontece e ela se torna agressiva e raivosa, para logo depois cair no choro e ficar assustada… E, em 5 minutos, ela está toda alegrinha novamente. Isso é o que todos nós deveríamos fazer com nossas emoções: senti-las, deixá-las fluir e vê-las desaparecer algum tempos depois, sendo substituídas por outras.
Mas o problema é que fomos ensinados a gostar e a nos permitir sentir apenas algumas emoções – destas 4, apenas a alegria é bem vinda. As outras nos desafiam a combatê-las, como se pudéssemos estar sempre alegres, como se a hora fosse sempre meio-dia, sol a pino… Ou como se existisse apenas o verão como estação do ano.
O problema não é sentir medo. O problema é tentar, o tempo todo, não sentir o que você já está sentindo e não ser a pessoa que você já está sendo. Isso é rejeição de si mesmo, não-aceitação de suas próprias emoções e, em última análise, negação da realidade. “Tudo ao que se resiste, persiste”, disse Jung. Por um mundo com mais seres humanos e menos aspirantes a super-heróis.”
Flávia Melissa
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Quando você passa a aceitar todas as circunstâncias em paz, é o começo de um longo processo de transformação interior que lhe levará até a iluminação, tão bem ensinada pelo mestre Buda.
Segundo ele, a iluminação significa simplesmente: “O fim do sofrimento”.
Parece simples, mas não é mesmo! É preciso seguir todo um caminho de mudanças e esta da aceitação é apenas uma delas.
Desta forma podemos diferenciar a DOR do SOFRIMENTO. A dor junto com o sofrimento só vem em mentes que ainda não descobriram o imenso poder da aceitação.
Pense comigo! Uma dor vivida com aceitação não se transforma nunca em sofrimento. Veja todos os exemplos que coloquei: tristeza, luto, doença, perda de emprego, rompimento amoroso ou de amizade.
A aceitação nos traz a paz e a certeza de que no fim, tudo ficará bem.
Só para concluir, tudo isso que falei aqui é bem profundo. Não queira entender apenas usando o intelecto, será muito difícil. Busque ler através do seu coração e do seu espírito, este é um ensinamento espiritual. Se você seguir o raciocínio lógico não fará o menor sentido. Portanto, já lhe deixo avisado.
Enfim! Faça esse exercício a partir de hoje de transformar a dor em outra coisa que não seja o sofrimento. Isso é iluminação, isso é amor à vida, isso é sabedoria…
Muito bom! <3
Muito interessante esse texto! Tenho uma pergunta, quando nos recusamos a aceitar uma realidade, um não, um rompimento, etc, como nos encaminhamos até essa aceitação? Muitos desses processos não são puramente conscientes e racionais… Como, aceitar isso verdadeiramente sem necessariamente esperar novamente o conforto por si só?
Bem Dani! Escrevi um texto aqui no blog que é super terapêutico. A melhor e mais eficaz forma de trabalhar a aceitação de um rompimento é trabalhar o perdão de si mesmo e também da outra pessoa.
Esse texto vai clarear bastante a sua mente, e aproveite pra ver o vídeo da Heloísa Capelas que compartilhei nele. É um vídeo maravilhoso!
https://blogs.opovo.com.br/artesanatodamente/2016/04/22/aprendendo-a-dissipar-as-magoas/
[…] disso, precisamos fazer a diferenciação entre dor e sofrimento. A dor é a sensação, seja física, seja emocional, que uma determinada situação nos provoca. O […]
O sofrimento imita a dor, através do espelho, refinado pelo medo, com um enredo mal contado e personagens melodramáticos… a história é longa!