95anos

Comecei a gostar de futebol somente aos 9 anos, um pouco tarde se comparado com a média dos torcedores mirins de nossa época. O ano era 1982, e talvez a paixão pelo esporte bretão só se despertou por causa do clima de Copa do Mundo daquele ano, com todos os brasileiros encantados por aquela seleção que tinha um craque em cada posição. O clima, evidentemente, contagiou também a nós, crianças. Apesar da decepção daquela derrota, os ídolos se instalavam nos corações brasileiros. Eram muitos: Zico, Sócrates, Junior, Cerezo, Roberto e Falcão, só pra citar alguns. Mas nos meus primeiros rachinhas com os amigos, narrava meus próprios e escassos golzinhos gritando: “- Luisinho das Aráááááábias!!”
Já começava bem a minha vida de torcedor, bicampeão 82/83. O tempo passava e comecei a ver que podíamos perder, era chato pra caramba, chorei por perder de virada em 86 para o rival e por causa do Marcelo Veiga em 88. Vivi, em eternos segundos, o medo e o alívio na defesaça de Zé Luis na cabeçada de Mauro Portalupi no último minuto da final de 87. Os anos 90 foram minguados, é verdade, mas o suficiente pra aproveitar as conquistas comandadas por Mirandinha e Osmar. Veio 2000, e com ele o baixinho matador e sua turma. Turma boa, heim? Vinicius, Bechara, Finazzi, Denilson, Angelim, Erandir, Chiquinho, Maizena, Frasson, Claudinho Paulista, Bosco, Rinaldo, Lúcio, Paulo Isidoro, ufa! Tenho certeza que a lista está longe da metade, mas enfim, muita alegria nos deu essa turma. Dois acessos à Série A, uns campeonatos fáceis como o arrastão de 2003, outros difíceis como o de 2005 com gol aos 47 do segundo tempo, quando o baixinho matador fez meu braço esquerdo formigar na arquibancada do Castelão. E claro, o tetra nos pênaltis, o único campeonato cearense conquistado por um clube que no momento estava duas divisões abaixo do rival.
E agora, na atual década, que ainda está longe de acabar, buscamos num passado recente as solução de problemas presentes. A esperança de soerguimento transforma-se em confiança quando lembramos da nossa grandeza e da força da nossa torcida.

Parabéns pra mim, pra você, pra nós que torcemos Fortaleza, vivemos intensamente as emoções de ser tricolor, e temos orgulho de ser grande até quando mais pequeno nos desenham.

#Fortaleza95anos

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Elenilson Dantas

Torcedor do Fortaleza EC, O Leão do Pici,o Clube da Garotada. O time daquelas camisas

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