St. Pierre é um dos melhores peso por peso do mundo Foto: UFC/Divulgação

St. Pierre é ex-campeão meio-médio do UFC | Foto: UFC/Divulgação

Uma das maiores estrelas que já lutou no UFC, Georges St. Pierre (GSP), falou sobre o episódio de doping envolvendo Anderson Silva. Além do caso do brasileiro, o ex-campeão meio-médio deixou seu recado sobre o atual sistema antidoping utilizado pelo Ultimate.

“Eu me sinto muito triste por Anderson Silva. Eu não quero falar sobre um indivíduo, quero falar sobre o sistema. O sistema é um grande problema nas artes marciais mistas… É algo que eu acredito que o UFC e os lutadores deveriam confrontar e resolver, porque, se você não resolver isso agora, só vai piorar e piorar”, disse o canadense à agência de notícias “Canadian Press”.

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GSP evitou falar em Anderson, mas deixou claro sua opinião sobre atletas que fazem o uso de substâncias proibidas. Para o canadense, quem entra no cage dopado é um trapaceador. O ex-campeão defende o cancelamento de lutas, quando descoberto casos de doping. Spider lutou no dia 31 de janeiro, quando enfrentou Nick Diaz no UFC 183. O brasileiro testou positivo para Drostanolona no teste pré-luta, realizado no dia 9 de janeiro. O americano foi pego pelo uso de maconha no exame pós-luta.

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“A luta deveria ter sido cancelada, porque é trapaça, é uma arma biológica que você tem. Se eu lutar com uma faca, e a organização sabe que eu tenho uma faca, eles não deveriam me deixar lutar, pois estou carregando uma arma. Uma droga de melhora de rendimento é a mesma coisa, é uma arma biológica. É uma vantagem que você tem sobre seu oponente com a qual você não deveria ser permitido competir, pois coloca a saúde do competidor em perigo. Nós não estamos jogando golfe, não estamos apostando corrida, estamos lutando. Toda vez que lutamos, colocamos nossas vidas, nosso bem estar em risco”, comentou ele.

O ídolo das artes marciais defende a utilização de comissões independentes para regular os atletas de MMA, assim como existe nas Olimpíadas. Segundo o lutador meio-médio, as organizações que trabalham com eventos de artes marciais mistas teriam interesses econômicos nas próprias atrações. A agência Canadian Press afirma que a Comissão Atlética de Nevada – que realizou o exame em Anderson Silva – recebe 6% da receita da bilheteria das promoções do UFC realizados no estado. Além disso, ganharia uma parte da renda obtida com a transmissão na televisão.

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“(Nas Olimpíadas) Eles têm exames surpresa e os exames são realizados por uma organização competente e independente (Agência Mundial Antidoping, ou Wada) que não tem nenhum interesse financeiro na promoção (do esporte). Acredito que as comissões atléticas estão fazendo um trabalho muito melhor agora do que no passado, porque fazem exames surpresa, mas elas ainda têm muito espaço para melhora”, esclarece St. Pierre.

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Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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