Em meio ao domínio do UFC, o Bellator vem desenvolvendo um ótimo papel de coadjuvante entre os eventos de artes marciais mistas. Claro que para os amantes mais hards, a atração de Scott Coker está na roda de conversa. Para o público em geral, o torneio segue um tanto desconhecido. Apesar disso, creio que a liga possa entrar cada vez mais no gosto da turma menos ‘viciada’ no esporte. Abaixo, listo meus motivos.
Campeões brasileiros
Os torcedores brasileiros gostam de protagonismo. Para chamar a atenção da torcida tupiniquim, o atleta brasileiro deve ostentar um cinturão! Dito isso, o Bellator está empatado com o Ultimate em números de campeões do Brasil.
Apesar de menos conhecidos do que José Aldo, Rafael Dos Anjos e Fabrício Werdum (Campeão interino), os campeões do Bellator – Douglas Lima (meio-médio), Patrício Pitbull (peso-pena) e Marcos Lôro (peso-galo) – estão dando show na organização. Vale a pena parar para assisti-los em ação pelo evento de Scott Coker.
Perigoso no chão e em pé, Douglas surge como um dos meio-médios mais completos do mundo. Após conquistar o título em abril do ano passado, Douglas deve defender a cinta, pela primeira vez, contra o ex-UFC Paul Dalley.
Nos penas, Patrício Pitbull também está na lista dos melhores do mundo da categoria. O potiguar se tornou campeão ao vencer Pat Curran em setembro de 2014 e, em seguida, em janeiro deste ano, defendeu o título com vitória diante de Daniel Straus. Veja quem são os cinco melhores pesos penas da atualidade, segundo o próprio Patrício.
Já a conquista de Lôro é recente. Ele destronou o ex-campeão Joe Warren após uma chave de joelho, no último dia 27 de março. E o destino do cinturão do peso galo é, certamente, o Brasil. Além de Marcos, temos o brasileiro Dudu Dantas, ex-campeão (perdeu para Warren), para brigar pelo mesmo título. (Na época que Dudu era o campeão, ele enfrentou Lôro e nocauteou o rival – Relembre! Quem sabe pode pintar revanche?)
Lutas empolgantes
Sem fazer comparação com o Ultimate, o Bellator está trazendo bons cards. Apesar de ter muitos nomes desconhecidos para o grande público, os atletas da organização apagam qualquer desconfiança assim que o duelo é iniciado. Parece que Scott Coker tem conversado com seus “garotos” antes de cada luta e colocado uma motivação extra.
Eu acredito que o UFC tenha os melhores atletas em comparação com o Bellator. Mas, em questão de empolgação, o segundo maior torneio de MMA do mundo não deixa a desejar.
Markenting e medalhões
Quando Scott Coker foi anunciado como o novo presidente do Bellator, substituindo Bjorn Rebney e acabando com os GPs, confesso que torci o nariz. Mas, aos poucos, percebi que esse atual formato, semelhante ao UFC, é o melhor para o evento. Dessa forma, a organização fica mais livre para promover grandes duelos, a partir do apelo com o público.
Sem as amarras dos GPs, formato mais justo, porém menos lucrativo, Coker vai movimentando com sucesso o Bellator. Assim como fez no extinto Strikeforce, quando teve a oportunidade de comandar o evento, ele apostou em medalhões. Na nova casa, a mesma tática tem dado resultado.
“Acho que o Bellator conseguiu trazer de volta o fã tradicional. Esses fãs pareciam ter deixado o MMA, mas nomes como Ortiz e Bonnar os trouxeram de volta. Se mais lutadores como esses estiverem disponíveis, podem ter certeza de que iremos atrás”, garantiu.
Com essa filosofia, Coker criou a categoria “master” e trouxe de volta Ken Shamrock e Kimbo Slice. Sim, os veteranos vão se enfrentar em 19 de junho, no Bellator 183. Ken tem 51 anos, enquanto Kimbo, 41.
Talentos
Além dos brasileiros citados, o Bellator possui diversos talentos. O próprio UFC já tirou alguns atletas da franquia, como Hector Lombard e Eddie Alvarez. Com lutadores surgindo e dando show na organização, o Bellator pode conseguir alavancar mais fãs. Vamos lembrar algumas feras que se destacaram no evento:
Michael Page – o inglês é um verdadeiro showman e é um forte candidato ao título do meio-médio. Com estilo de luta pouca ortodoxa, Page é frequentemente comparado ao brasileiro Anderson Silva.
Neiman Gracie – outro talento brasileiro que tem o jiu-jitsu como seu forte. Ele leva “grife” Gracie em seu estilo e está invicto no MMA com três finalizações.
Michael Chandler – norte-americano se destaca por seu preparo físico implacável. Costuma sufocar seus oponentes dentro do cage com seu condicionamento. Já foi campeão dos pesos leves do evento.
Will Brooks – campeão do peso leve, ele é o homem a ser batido na categoria. Versátil, Brooks possui um jogo completo e anima qualquer fã do esporte durante suas lutas.
Liam McGreary – campeão meio-pesado, o inglês surpreendeu ao tomar o cinturão de Emanuel Newton nas decisão dos juízes, depois de dar uma aula de jiu-jítsu. Assistir as lutas de Liam são verdadeiras aulas da arte suave.
Mescla
Enquanto aposta nos medalhões para trazer visibilidade ao evento, os talentosos atletas que surgem na casa vão consolidando o evento. Com essa fórmula, Coker pode, aos poucos, ganhar espaço com o grande público.
Próximo evento
Nesta sexta, 10.
Bellator 136 – Brooks x Jansen