Vitor e Borrachinha em treino na Blackzilians | Foto: divulgação

Vitor e Borrachinha em treino na Blackzilians | Foto: divulgação

Paulo Henrique, conhecido como ‘Borrachinha’ no mundo das artes marciais mistas (MMA), teve papel de destaque na preparação de Vitor Belfort para enfrentar o campeão Chris Weidman, no UFC 187, neste sábado, 23, em Las Vegas. O atleta mineiro, ex-participante do The Ultimate Fighting (TUF) Brasil 3, foi sparring do ‘Fenômeno’, simulando o jeito de lutar do americano, e viajou para os Estados Unidos à convite do brasileiro.

Borrachinha treinou com Belfort na equipe Blackzilians, na Flórida (EUA), onde participou da preparação intensa do ‘Fenômeno’ por 45 dias. O mineiro encarou Vitor nos treinos de luta de MMA e viu de perto como o lutador veterano está para a disputa de cinturão. Além do brasileiro, o atleta treinou com o Anthony Johnson, que disputa o cinturão dos meio-pesados – vago após a saída de Jon Jones – contra Daniel Cormier no UFC 187.

Veja abaixo todas as declarações de Paulo Borrachinha em entrevista exclusiva ao Blog Clube da Luta/O POVO:

Experiência
Foi uma experiência muito boa, que agregou muito para mim como atleta. Participei da preparação de atletas importantes, de tanto destaque e de tanto nome no MMA mundial. O Vitor é meu ídolo. Foi um privilégio está junto de um cara que admiro tanto. Ser convidado pelo próprio Vitor para ir para lá e poder ajudar, aprender com outros grandes nomes. Então, foi incrível, sensacional.

Convite
Eu estive duas semanas no Rio de Janeiro, na academia do Vitor Belfort, a ForFit. Eu tinha luta marcada no Rio de Janeiro e acabei indo fazer um pouco da parte de preparação física lá. Nisso, acabei fazendo umas aulas de muay thai e jiu-jitsu com um e com outro. O primo do Vitor e o pai dele me viram treinando e disseram para mim: ‘Você tem qualidade, vou falar com o Vitor para te chamar’. O Vitor viu algumas lutas minhas também e me convidou

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Melhor fase do Vitor
O Vitor está no melhor momento da carreira, tanto psicologicamente, quanto fisicamente. Ele está muito focado e motivado. Acho que a experiência e o conhecimento de luta dele valem mais do qualquer outra habilidade física ou técnica. Ele sabe o caminho para conquistar o cinturão, é o ponto mais forte dele. O Vitor está voando, muito explosivo e rápido, e continua nocauteador. Eu acredito que ele vai conquistar o cinturão.

‘Não apanhei tanto’
Vou explicar o motivo. Eu fui sparring do Vitor, mas não estava sozinho, havia um revezamento. Eu fazia a parte de MMA completa com o Vitor. Mas antes de ele vir treinar comigo, algumas pessoas davam uma cansada nele com treinos na grade, com força e no chão. Quando ele treinava comigo, ele também teve bastante cuidado, não soltava o jogo 100% para não machucar. Até porque se ele machucar não teria mais ninguém para treinar. Ele treinava bem e fazia o que tinha que fazer para estar bem treinado, mas com cuidado para não machucar nem a si próprio, nem o colega. Não apanhei tanto, mas tomei um corte no queixo, num soco rodado do Vitor. Foi no último sparring, acabei descuidando e foi muito rápido. Acabou cortando um pouco, mas não precisou ponto. Na hora, passei cola e pronto.

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Vitor sem TRT não mudou
Eu até me surpreendi de ver ele tão bem. Pensei que fosse ficar mais abatido por conta de não estar mais utilizando o TRT. Vi o Vitor e não esperava vê-lo tão forte. Quando você faz o uso de uma substância e para de usar, isso faz uma diferença. Você acaba se sentindo com menos potencial. Isso atinge seu psicológico também. Eu acho que ele não sentiu isso, se sentiu já superou. Ele se cuida muito bem, tem uma vida regrada, não sai a noite, dorme cedo, descansa e come bem. Ele está o mesmo com muita velocidade, força e explosão, não mudou muita coisa não!

Vitória por nocaute
Eu, sinceramente, não sei qual é a estratégia dele. Mas, em minha opinião, acho que ele vai partir para cima, não vai deixar passar e vai tentar acabar a luta até o terceiro round

Anthony Johnson
Johnson é um cara que você tem que tomar muito cuidado com ele. É muito forte, às vezes, acontece de machucar alguém, não por maldade, mas por ser muito explosivo. Dizem que ele é o verdadeiro ‘Homem Ambulância’, porque tem uma força extraordinária. O ponto forte dele é o vigor físico. Tem uma boa qualidade no boxe, queda, mas não é tão técnico como o Jon Jones na trocação, nem tem quedas tão boas como o Cormier. Mas, a força dele iguala tudo e acaba se sobressaindo.

Nocaute do Johnson
Acredito que vai ser nocaute, porque o Cormier não se sente a vontade na trocação e gosta de quedar para trabalhar o wrestling por cima. Não vai ser fácil derrubar o Johnson, é um dos caras mais difíceis de derrubar. Tem uma envergadura a seu favor e pra encurtar é bem difícil;

Motivação do Vitor
Ele realmente é um cara que motiva o tempo todo, que te bota para cima com pensamento positivo e palavras que te levante. Ele me elogiou bastante, que tenho tudo para chegar onde ele chegou, principalmente, pela minha idade e qualidade. UFC é questão de tempo, quando quiser, posso estar lutando lá. Ouvir isso de um ídolo como o Vitor, deixa a gente cada vez mais motivado para treinar e evoluir.

Invencibilidade
Eu estou invicto. É importante ter um cartel bom. Estou com cinco vitórias, com cinco nocautes, todos no primeiro round. O Vitor falou que o meu estilo parece com o dele, de nocauteador explosivo.

Planos
Evento que considero que está crescendo, talvez, já esteja disputando como o maior do Brasil. Um evento novo, que ainda está na 11ª edição. Conquistei o cinturão dos médios em cima do Wagnão, que veio do UFC, não em cima de qualquer um. Agora, estou descansando e pensando no futuro. O UFC é consequência. Não tenho pressa, quero chegar lá bem. Estou aguardando o que meu empresário vai fazer, se me coloca em uma luta fora ou em outro evento, ou para defender o cinturão do Face to Face mais algumas vezes. Depois desse camp com o Vitor, já estou negociando para fazer um camp com Minotauro. Ele me convidou para esse camp para a luta contra Stefan Struve. Tenho que sugar o máximo de conhecimento que puder.

TUF Brasil 3
O TUF foi uma desilusão, uma infelicidade. Quando você participa do reality show, acaba percebendo que é diferente do que vê na televisão. É uma carga emocional muito forte. Aqui, você faz um camp de três meses para uma luta. Lá, tem uma semana para se preparar, bater o peso e lutar. Não me adaptei.

About the Author

Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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