Cada um foi para seu lado. Tentaram novos estilos, uma nova formação para a banda, outros trabalhos e um retorno em 2002 (com um disco ao vivo pela MTV), que rendeu uma nova briga para saber quem seria o dono do nome RPM. Mas, como o mundo sempre dá voltas, a banda retorna mais uma vez com sua formação original. Certos de que a marca que criaram é mais forte que seus trabalhos individuais, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Paulo Pagni e Fernando Deluqui se dispuseram a apagar velhas mágoas e seguir em frente se dando uma nova chance.
Diferente do que aconteceu há 10 anos, esse novo reencontro está se dando em torno de um trabalho inédito chamado Elektra. Cheio teclados e programações, o disco foi lançado pela Building Records, gravadora especializada em música eletrônica, que tem em seu casting os DJs Avicii e Akcent. Trazendo 11 faixas inéditas e a regravação de Ninfa, tirada do esquecido Paulo Ricardo & RPM (1993), o trabalho vem ainda com um bônus de sete faixas remixadas. E é justamente Ninfa que resume bem o que é o Elektra. Se antes ela era uma balada sensual que dava espaço para a famosa rouquidão de Paulo, agora ela tornou-se um eletro-rock feito para balançar nas pistas.
Quanto aos loops e batidas eletrônicas, que certamente causaram estranhamento nos fãs de mais de 30 anos, ele lembra que, já naquela época, era comum se trabalhar sucessos com remix para as rádios. Eles mesmos tiveram remixadas Loiras Geladas, Olhar 43 e outras. “O RPM sempre teve um flerte com a tecnologia. Nos Anos 80, a gente já fazia show com computador. Mas, hoje, as pessoas confundem música pra dançar com música burra”, reclama Schiavon, piloto desse aparato eletrônico. E mais. Para ele, esse recurso dos eletrônicos e dos remixes foi mais uma forma de evidenciar a importância que eles vêm no passado. “Nossa principal fonte de inspiração foi a própria banda. Não precisamos ficar procurando novas tendências. As bandas do mundo todo bebendo na fonte dos anos 80. Tem uma coisa meio cíclica, como se (o tempo) tivesse dado uma volta completa”, explica.
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De qualquer forma, segundo o músico, a intenção de todos agora é continuar com o RPM. De volta às estradas desde o ano passado, eles fecharam um ano intenso com mais de 70 shows que misturam bem antigos sucessos, alguns covers e novas canções (com destaque para a crueza de Problema seu). Em seguida, eles querem um DVD para o segundo semestre e um novo disco de inéditas para 2013. Quanto à vida em conjunto, a banda vem reaprendendo a conviver sem disputar por espaço. “O amadurecimento mostrou pra todo mundo o que é o RPM e qual é a importância de cada um na banda. A gente readquiriu o prazer de tocar junto, o que é muito bom”, encerra Schiavon.