Gal Costa – Palavras no corpo
Primeira canção do futuro trabalho de canções inéditas da baiana, Palavras no Corpo é uma parceria de Silva com o poeta Omar Salomão, filho de Wally Salomão. Balada de amores derramados, a canção tem um clima The Platters e letra de imagens fortes. Gal canta com paixão esta que uma das melhores faixas que ela apresenta depois da tão incensada renovação do seu repertório.

Capital Inicial – Não me Olhe Assim
Três anos depois do apagado Acústico NYC, o Capital Inicial volta com mais uma faixa inédita que deve ser olhada por dois aspectos. Rock feito em parceria por Dinho Ouro Preto e Alvin L, Não me Olhe Assim é mais do mesmo do quarteto brasiliense em termos sonoros. Junto com uma letra fraca sobre questões existenciais (Não me deixe só como um barco perdido no mar. Se esse for o fim, sempre vai haver uma luz que não vai apagar), uma base rock bem polida pra tocar no rádio. A voz de Dinho está sem força e o single não causa impacto. Por outro lado, admiro a vontade do Capital Inicial de seguir lançando novidades ao invés de requentar velhas canções. Que eles continuem nessa batalha.

Lulu Santos e Make U Sweat – Tempos Modernos
Rock com guitarras havaianas e letra reflexiva sobre um período de tranformações sociais, Tempos Modernos deu nome ao disco de estreia de Lulu Santos e agora ganhou – mais uma – versão remixada. Feita pelo trio Make U Sweat (Dudu Linhares, Guga Guizelini e Pedro Almeida), a releitura nada acrescenta a uma canção que já era moderna em sua época. Além disso, levando em conta que Lulu já remixou muitos dos seus clássicos em 1995, no disco Eu e Memê, Memê e Eu, a nova versão de Tempos Modernos acaba soando como mais do mesmo e descartável. Não vai passar da pista de dança, isso se chegar a té elas.

Fernanda Takai – Só Saudade
O próximo álbum solo de Fernanda Takai vai ser dedicado a canções de Tom Jobim. O Tom da Takai tem produção e arranjos de Marcos Valle e Roberto Menescal e se debruça sobre canções menos famosas do mestre carioca. Uma delas é Só Saudade, já apresentada como single. Com o piano sempre certeiro de Marcos, a faixa é de uma delicadeza inacreditável. E, por essa amostra, O Tom da Takai não repete a proposta de Onde Brilhem os Olhos Seus (2007), que jogava alma pop sobre o repertório de Nara Leão. Com todo o refino que a bossa nova merece, Só Saudade é um deleite de som e calor.

Mahmudi – Tempo Pra Amar
Após um disco de estreia recebido com elogios, a cantora Mahmudi segue sua linha pop romântica no single Tempo pra Amar. Parceria dela com Carlos Rufino, a balada é gostosa e acessível na mesma medida do disco de estreia. Não tem segredos, obstáculos ou detalhes a serem desvendados. A música de Mahmudi é o que é. Quem gosta gosta de cara. Muitos teclados arranjados com cuidado pra não passar da conta. Como já repetido à exaustão, segue na mesma linha de Guilherme Arantes e, mais recentemente, Silva. Mahmudi canta sem afetação deixando que a melodia e o arranjo brilhem por conta própria.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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