Amelinha lança disco que ficou guardado por 10 anos

Foi de mansinho que chegou às plataformas digitais o novo disco de Amelinha. Cinco anos depois de uma homenagem ao amigo Belchior, a cantora cearense lança Todo mundo vai saber (Deck discos). Gravado há mais ou menos 10 anos, em Fortaleza, o álbum reúne 12 parcerias de Caio Silvio e Ricardo Alcântara.

O repertório, que permaneceu inédito durante esse período, vai de baladas radiofônicas e populares, a surpresas como faixas puxadas pro blues, reggae e jazz. A faixa-título é uma super balada, à la Zeca Baleiro, com uma letra pronta pra virar hit. Mais filosófica, Corre tanto o tempo segue a mesma linha com versos como “Dentro às vezes é um lugar tão longe. E o futuro ainda pode ser o que se vê agora”.

Entre os melhores momentos do disco está Noites de verão, um clima reggae havaiano que Amelinha canta com uma sedução incrível. Assim como no fox Para um amor na Bahia e a elegante Noite do Rio, que cita de longe a boemia carioca. Nada a fazer mantém o nível, com a cearense puxando sóbria um blues. Águas passadas é outro grande momento, que mistura imagens interioranas com um som mais urbano.

Todo mundo vai saber conta com a produção experiente de Robertinho de Recife e uma banda afiada que conta com nomes como Jorge Helder (baixo), Pantico Rocha (bateria), Mingo Araújo (percussão) e Chico Chagas (sanfona). O resultado desses encontros é um disco de alma pop e ritmos variados. Amelinha veste essas canções com dignidade e experiência, mostrando o quanto era urgente tirar esse repertório da gaveta.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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