No Dia da Mulher Negra, conheça o movimento “Meninas Crespas”, no qual meninas de Porto Alegre (RS) combatem o preconceito racial e enaltecem sua negritude.
Após presenciarem um caso de racismo com uma colega dentro da escola, estudantes se reuniram com o professor para conversar sobre a importância de exaltar sua negritude. Elas se sentiram encorajadas a fazer algo para combater as inúmeras “brincadeiras” racistas que vivenciavam por conta da textura de seu cabelo ou da cor de sua pele. Nascia, assim, o ” Movimento Meninas Crespas : a valorização do cabelo crespo como resgate da identidade negra “, criado por alunas do ensino médio da Escola Casa Emancipa Restinga, localizada em Porto Alegre (RS). A iniciativa foi uma das finalistas da última edição do Desafio Criativos da Escola, organizado pelo programa Criativos da Escola, do Instituto Alana.
No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, apresentamos cinco projetos transformadores de estudantes que estão valorizando a cultura e a história negra, além de discutir sobre o racismo. As iniciativas foram desenvolvidas por jovens do ensino fundamental ou médio e promoveram reflexões sobre a luta que as mulheres negras enfrentam no dia a dia e sobre o preconceito duplo que sofrem, de gênero e de raça.
A data foi criada em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e é considerada um marco na luta das mulheres negras em todo o mundo. No Brasil, o dia foi oficialmente reconhecido em 2014, por meio da Lei nº 12.987/2014 e, desde então, o país celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza foi líder do Quilombo de Quariterê, no Mato Grosso, no século 18.
Movimentos Meninas Crespas
As jovens de Porto Alegre (RS) se reuniram em um grupo para promover atividades dentro e fora da escola. O coletivo realizou trocas de experiências que visavam à valorização da estética e do cabelo crespo para resgatar a identidade afro-brasileira e o poder do feminino, além de celebrar a ancestralidade negra. Além disso, foram propostos debates em forma de roda de conversa para contextualizar situações, analisar fatos e debater assuntos relacionados à população negra. Com o tempo, as famílias das estudantes também começaram a participar das oficinas e rodas propostas pelo coletivo.
Além dos Genes: fortalecendo as culturas negras
Depois de mapear se a autodeclaração da raça dos moradores correspondia aos dados oficiais, alunas de Cascavel (CE) criam projeto para valorizar e fortalecer a identidade e a cultura negra no município. Focadas especialmente, na comunidade quilombola da BICA, as jovens promoveram debates sobre a questão racial na comunidade e oficinas para resgatar a cultura local.
Cota não é esmola: pret-o-conceito
Alunas do Rio de Janeiro (RJ) criam espetáculo teatral que retrata a questão do preconceito racial sob a perspectiva das cotas raciais. A peça apresenta o racismo velado vivenciado no dia a dia pelos estudantes no ambiente escolar e também fora dele.
Literatura afro-brasileira: (re) descobrindo nossa identidade
Estudantes de Natal (RN) criam projeto que valoriza a literatura afro-brasileira, além de ressaltar a necessidade de discussão de temáticas como racismo, empoderamento, estética negra e representatividade dos afrodescendentes em cargos relevantes.
Sarilho: nossa história vira cena
Estudantes de São Vicente Ferrer (MA) criam uma companhia de teatro que retrata a cultura quilombola, suas vivências e histórias, além de despertar o protagonismo e o sentimento de pertencimento e identidade dos alunos.