A educação na faixa etária dos quatro aos seis anos é apontada por uma série de estudos e por especialistas na área como responsável pelo desenvolvimento da autonomia e da autoconfiança das crianças, além de contribuir para o desenvolvimento emocional e intelectual.
Estudos indicam que a aquisição de algumas habilidades cognitivas, como uso de linguagens, é mais fácil no início da infância. Pesquisa realizada pela Faculdade de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (EESP-FGV), utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE) e do Censo Escolar, do Ministério da Educação, apontou que a frequência de crianças brasileiras no ensino infantil aumentou 82% em 15 anos, impulsionada principalmente pelo aumento da oferta de ensino, por uma melhoria no nível de escolaridade das famílias e pela redução no número de filhos dos casais.
Os fatores que mais contribuíram para o crescimento da frequência na pré-escola foram o aumento da escolaridade dos chefes de família e a diminuição do tamanho da família. A cada filho na família, cai 7% a probabilidade de as crianças irem para a escola, explicou um dos autor do trabalho, o economista André Portela.
Em 1992, 45% das crianças no País estavam no ensino infantil, 49% na área urbana e 30% na rural. Em 2007, o índice foi para 79%, sendo 82% na área urbana e 69% na rural. Do ponto de vista econômico e social, os ganhos também são grandes.
com dados nacionais mostram que o fato de uma criança frequentar o ensino infantil melhora seu desempenho no fundamental, aumenta as chances de ela concluir um curso superior e ter um salário mais alto no futuro. No entanto, a pesquisa demonstra que esse acesso ainda é maior para crianças brancas e moradoras de regiões urbanas.
Infelizmente, a oferta de ensino infantil ainda favorece crianças mais ricas, que vivem em áreas urbanas e têm pais com melhor nível escolar, afirmou Portela.
Fonte: Diário Catarinense (SC), Jornal da Tarde (SP), O Estado de São Paulo (SP)