fumouai12511713018280220032Segundo o Ministério da Saúde, 30% dos partos realizados no Brasil são de meninas com menos de 18 anos.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) avaliou a situação de mil adolescentes grávidas e constatou que quase 20% fumavam e cerca de 3% delas ingeriam bebidas alcoólicas de forma abusiva. Quanto às drogas mais pesadas, 0,6% das entrevistadas consumiu substâncias injetáveis e 1,7% utilizou maconha ou cocaína.

Para o coordenador do levantamento, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Unidade de Álcool e Drogas da Unifesp, os dados são inaceitáveis, uma vez que refletem basicamente os índices de consumo de drogas verificados entre os adolescentes de um modo geral.

De acordo com Laranjeira, que acompanhou com sua equipe a gravidez de todas as participantes da pesquisa até a hora de dar à luz, uma avaliação de pediatras com os bebês revelou prejuízos à saúde das crianças. “Praticamente todos os filhos de meninas que fumaram maconha se mostraram mais irritadiços que os outros”, diz.

 José Domingues dos Santos Junior, ginecologista do Adolescentro, da rede pública do Distrito Federal, explica que, conforme a literatura médica, bebês cujas mães usam drogas costumar ser pequenos, magros e mais suscetíveis a infecções no primeiro ano de vida. Lábio leporino e más-formações no tubo neural, lembra Santos Junior, são também consequências da ingestão de drogas mais pesadas durante o desenvolvimento do feto.

Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), esclarece que não há barreiras entre mãe e filho. Tudo que a gestante bebe, fuma ou cheira passa para o feto, enfatiza. De acordo com o médico, a gravidez na adolescência tende a agravar quadros de dependência.

Para algumas sortudas, esse momento acaba se tornando uma forma de amadurecer, criar responsabilidades, se conhecer. Mas para a maioria das meninas, a gestação se torna um estresse a mais. E aí pode ser ainda mais difícil largar o vício, diz. Segundo Guerra, o índice de uso de drogas verificada na pesquisa da Unifesp é apenas uma confirmação. Atesta o que nós já imaginávamos, lamenta.

Fontes: Correio Braziliense (DF), Renata Mariz; Estado de Minas (MG)

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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