A Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (CEIJ) registrou 47 adoções no Rio Grande do Norte no primeiro semestre de 2015.

Atualmente, existem 40 crianças e adolescentes aptos à adoção no Estado, segundo informações do novo Cadastro Nacional de Adoção (CNA), o qual aponta ainda a existência de 238 pretendentes à adoção habilitados. Apesar do número de interessados em adotar superar o número de possíveis adotados, encontrar uma família para essas crianças e adolescentes é um desafio: os pretendentes querem crianças com perfis que nem sempre estão disponíveis à adoção.

O juiz José Dantas de Paiva, coordenador da CEIJ, aponta que a fila da adoção não diminui porque algumas pessoas estabelecem um padrão físico para a escolha, fator que dificulta que crianças diversas do padrão procurado atendam a esses pré-requisitos como cor dos olhos, da pele e cabelos, por exemplo, saiam da relação de espera. O perfil pretendido é um dos entraves a impedir à adoção, excluindo crianças e adolescentes do direito fundamental à convivência familiar e comunitária. Daí a necessidade de conscientizar as pessoas que desejam adotar que este é sobretudo um ato de amor.

Preferência
O magistrado afirma que o perfil predominante é de pais que buscam uma criança do sexo feminino, branca e recém-nascida. “Esse era o perfil indicado por 90% dos pretendentes à adoção. Houve uma diminuição nos últimos anos, para cerca de 70%, o que foi um avanço, mas ainda predominam essas características”. O coordenador da CEIJ explica que é feito um trabalho permanente de conscientização dos pretendentes para que haja a possibilidade de êxito na adoção independente do perfil buscado. Um desses momentos é o curso de preparação para os pretendentes, obrigatório por lei, com carga horária de 40 horas e que tem entre os objetivos fazer da adoção uma decisão madura e consciente. “Além disso, as campanhas de adoção, tanto do poder público quanto de organizações não governamentais, trabalham bastante essa questão dos perfis desejados, para que pessoas diferentes tenham a chance de serem adotadas”. José Dantas de Paiva destaca a questão da adoção tardia. O juiz lembra ainda que crianças mais velhas demoram mais a serem adotadas, passando até dois anos na fila, mas que a realidade pode ser ainda mais grave. “Uma criança de 7 anos dificilmente será adotada. Ela ficará em uma instituição até que complete os 18 anos”.

Fonte: ANDI

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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